Pedro Paulo Rangel volta com o “O Ator e o Lobo” no Teatro Laura Alvim

  Foto: Gisela Schlogel_Divulgacao_PedroPauloRangel

Pedro Paulo ganhou o Prêmio Shell Especial em 2019 pelos 50 anos de carreira. Foi indicado como melhor texto no mesmo ano. Ir ao teatro é sempre uma experiência de embarcar em outra realidade, seja ela distante ou próxima à nossa própria vida.

É o caso do monólogo “O Ator e o Lobo”, com o qual o ator Pedro Paulo Rangel nos convida a uma jornada por lembranças que não são nossas, mas que nos aproximam de nossas próprias recordações. Basta comprar o ingresso (ou seria passagem?) para assistir à peça no Teatro Laura Alvim, durante a temporada (ou seria estadia?) que começa no dia 21 de outubro e vai até 13 de novembro, com sessões (ou seriam partidas?) sextas e sábados às 20h, e domingos às 19h.

O ator ganhou o Prêmio Shell Especial em 2019 por seus 50 anos de carreira justamente com este espetáculo, que tem direção de Fernando Philbert. Texto também indicado ao Prêmio Shell, “O Ator e o Lobo” traz uma comovente coletânea do consagrado escritor português António Lobo Antunes – autor de 29 romances e centenas de crônicas – e do próprio Pedro Paulo Rangel.

Os dois têm, em comum, a cultura luso-brasileira em suas histórias familiares: os avós de Pedro Paulo eram portugueses, e Lobo Antunes, por sua vez, costumava visitar, na infância, parentes de Belém do Pará que moravam em Lisboa. Essa mistura de histórias funciona perfeitamente e dá unidade à narrativa.

Num cenário básico – com banco, púlpito, cadeiras e alguns poucos elementos de cena –, Pedro Paulo emociona e diverte. Do encontro amargo com um velho amigo no hospital à comunhão dos irmãos que fazem xixi lado a lado no jardim; da histérica amante do senhor Biscaia ao menino que foge de casa porque não queria comer abóbora. E ainda tem a história da mãe, o amante dela e o filho ciumento.

Entre humor e nostalgia, “O Ator e o Lobo” tem, sobretudo, humanidade, aqueles “sinais interiores de riqueza” de que fala Lobo Antunes. No final do espetáculo, fica na plateia a sensação de aconchego, como nos abraços de dona Prazeres, avó de Pedro Paulo, personagem com a qual todo mundo se identifica e se enternece.

Pedro Paulo Rangel por Pedro Paulo Rangel

“Na década de sessenta do século passado, em 1966, estreei na minha primeira tragédia: ‘Antígona’. Disseram que eu estava muito bem. No ano seguinte, a segunda e última tragédia, o ‘Édipo Rei’, dirigido por Ruy Sandi. O público riu bastante comigo e fiquei arrasado. Tempos depois, fiz um teste para ‘Roda viva’, de Chico Buarque, e fui aceito. ‘Roda viva’ cumpriu uma curta, porém auspiciosíssima carreira no Rio e seguimos para São Paulo.

As comédias tomam quase que 90% do meu currículo de ator. Seria mais do que um jogo de palavras dizer que eu não as procuro, elas, sim, é que me escolhem. Estou tranquilo no meu canto, e, quando dou por mim, lá está um personagem cômico fazendo caretas pra mim. Meu santo nunca cruzou bem com o de Shakespeare.  ‘Romeu e Julieta’ foi meu primeiro encontro com autor inglês, e ‘O mercador de Veneza’, o último, até agora. Para meu espanto, o bardo me rendeu um Prêmio Cultura Inglesa de melhor ator.

Os três prêmios Molière que tive a honra de receber, crédito-os também aos seus respectivos diretores: Naum Alves de Sousa, por ‘Aurora da minha vida’; Luiz de Lima, por ‘Machado em cena, um sarau carioca’; e Moacir Chaves, pelo ‘Sermão da quarta-feira de cinzas’.

Sou um dileto filho do teatro, um apaixonado embora não correspondido fã de cinema, mas é a televisão que eu caftinizo e que me deu tudo o que tenho. São quase 250 trabalhos em cinema, teatro e televisão nestes meus 50 anos de ofício. Sangue, suor e lágrimas. E muito, mas muito riso, também. Obrigado aos meus muitos amigos por terem me suportado e aos deuses por terem tomado conta de mim.”

Um pouco sobre Fernando Philbert

O premiado diretor assistente de Aderbal Freire Filho por 20 anos. Foi codiretor nos espetáculos: “Depois do amor”, última direção de Marília Pêra, com Danielle Winits e André Gonçalves; “O topo da montanha”, com Thais Araújo e Lazaro Ramos; “Além do que os nossos olhos registram”, com Priscila Fantin e Luíza Tomé; “Champanhe e confusão”, com Silvia Bandeira; e o premiado “O escândalo Philippe Dussaert”, com Marcos Caruso.

Pedro Paulo Rangel por Fernando Philbert

“Temos no Brasil um artista imenso. Um ator ganhador três vezes do prêmio Molière, entre outros tantos prêmios. Mas mais do que os prêmios, PP, como é chamado pelos colegas e amigos, é um coração feito das tábuas do palco onde vivem centenas de personagens e onde ele recebe o público. Sim, PP é um artista que recebe o público no seu coração. Ele, sem dúvida, é um ator raro, um homem de um talento solar que aquece a plateia.

Pedro Paulo Rangel está trabalhando com mais de 50 anos de carreira, de ofício, de risadas, de emoções, de palavras, de versos, canções, gestos e silêncios reveladores do caráter humano.

Não temos mais artistas assim feito PP. Artistas como ele, infelizmente, são raros, muito raros. Podemos reconhecê-los quando sobem ao palco, quando aparecem na tela da TV, pois, ao redor deles, há uma força, uma outra presença se estabelece: a presença da arte!

Este ator único traz consigo a presença da arte, a história de um teatro humano, onde o ator é o mágico que nos faz ver mundos, nos faz ver muitos personagens e sonhar. Não são apenas palavras bonitas neste texto sobre PP, são verdades! Quem tem o prazer e a sorte de vê-lo em cena vai entender a medida da arte e do talento. Este projeto é um marco, pois une dois grandes artistas: António Lobo Antunes, o mestre da Literatura Portuguesa, e Pedro Paulo Rangel, um dos nossos grandes atores e referência do teatro.”

Sobre o espetáculo

“O Ator e o Lobo” percorre o caminho das crônicas de António Lobo Antunes, na busca dos encontros entre a ficção e a realidade. A comédia e o drama são terrenos luminosos onde a peça lança sua ilusão poderosa – a do teatro – para encontrar ressonância entre a vida e as palavras criadas pelo autor português. Pedro Paulo Rangel, consagrado ator brasileiro, interpreta filhos, pais, mulheres, amantes e vários outros personagens das crônicas do famoso escritor, fazendo um jogo de espelhos que reflete ora o teatro, ora a vida real. Neste jogo de semelhanças e diferenças, é construído um espetáculo sobre a velha pergunta: a arte imita a vida ou a vida imita a arte? Esta é uma resposta que o público só vai descobrir ao assistir às apresentações.

Serviço:

“O Ator e o Lobo”

Local: Teatro Laura Alvim

Endereço:  AV. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro

Temporada: de 21 de Outubro a 13 de novembro de 2022.

Obs dia: 30 de outubro – Não haverá apresentação

Sessões: sexta e sábado, às 20h / domingo, às 19h

Ingressos: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia-entrada e promoções)

Duração: 60 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

Informações: (21 )2332-2016

Ficha técnica

Dramaturgia e interpretação: Pedro Paulo Rangel

Autor: António Lobo Antunes

Direção: Fernando Philbert

Coach de Pedro Paulo Rangel: Rafael Augusto Fernandes

Figurinos: Antônio Medeiros

Cenário: Fernando Mello da Costa

Iluminação: Aurélio de Simoni

Trilha Sonora: Maíra Freitas

Projeções: Aníbal Diniz

Fotografia: Lucio Luna

Direção de cena e operação de luz: Daniel Rodrigues
Operação de som e vídeo: Renato Garcia

Designer: Marcely Soares
Assessoria de Imprensa: Sheila Gomes

Assistente de Produção: Lay Akanni

Direção de Produção: Júnior Godim

Realização Pedro Paulo Rangel Produções Artísticas 

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