A Raiz – Movimento Cidadanista realizará sua fundação como partido político, hoje, 22 de janeiro, sexta-feira, às 19h, em Porto Alegre durante a realização do Fórum Social Mundial. A reunião de fundação será no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul – Praça Marechal Deodoro, S/N, Porto Alegre. O evento contará com a presença de grande parte de seus fundadores, entre eles a deputada federal Luíza Erundina e o historiador Célio Turino.

A Raiz conta com 237 membros fundadores e já está articulada em 25 Estados, com aproximadamente mil pessoas engajadas nos seus diferentes círculos, que podem ser temáticos (como de direitos humanos, educação, das mulheres, dos negros, da população LGBT e sobre veganismo, por exemplo) ou geográficos (nacionais, estaduais, municipais, regionais e por micro localidades).

O partido começou a ser idealizado há cerca de um ano, e em abril de 2015 foi lançada a Carta Cidadanista, documento fruto de construção coletiva, que define a filosofia e os princípios que norteiam a Raiz, e que fazem parte das sementes constitutivas do povo brasileiro: Teko Porã – a filosofia do Bem Viver, dos ameríndios; Ubuntu – a filosofia da solidariedade, dos africanos, e o Ecossocialismo – o encontro do socialismo europeu com a ecologia e a sustentabilidade. A partir do lançamento da Carta, aumentou muito a adesão de cidadãos que nunca tiveram atuação partidária, e que viram na Raiz um caminho de ação política realmente novo. São hoje a maioria dos “enraizados”.

“A alternativa possível ao modelo vigente de globalização é a construção de uma cidadania planetária, que promova a cooperação e a solidariedade. Onde prevaleçam a identidade e os interesses dos povos, a eliminação das desigualdades socioeconômicas e o intercâmbio de toda diversidade cultural. É um processo lento, relacionado ao futuro da vida no planeta.” Carta Cidadanista.

“Buscamos construir um caminho novo capaz de mobilizar a vontade coletiva dos que querem mudar o Brasil e o mundo, com a perspectiva de uma nova civilização inspirada na fraternidade, na justiça e na paz”, resume Erundina.

Inspirada em experiências políticas inovadoras, como o Podemos da Espanha, a Raiz se organiza de forma horizontal. Os diversos círculos de organização e debate que compõem o partido-movimento são autônomos em seu funcionamento. Isso porque a Raiz pretende se colocar como auxiliar dos movimentos sociais e da sociedade civil.

“Um partido de novo tipo, um Partido-Movimento. Um partido que construa pontes para o diálogo entre os cidadãos e não atalhos para as castas dirigentes. Um partido que dialogue com os movimentos sociais, mas sem cooptá-los. Um movimento social e um partido político ao mesmo tempo. E, também, um Partido em Movimento, um partido que se construa nas ruas e também nas redes que integram os ”debaixo”, os legítimos donos do poder.” Carta Cidadanista.

“Queremos colocar a ação da cidadania, os direitos e deveres da vida em sociedade, no centro da política. Esta é a Reforma que o Brasil precisa e se traduz em uma palavra: Cidadanismo”, resume o historiador Célio Turino.

Ao longo do último ano, foram diversos encontros regionais e nacionais que levaram à aprovação dos Estatutos da Raiz, em julho de 2015, e à organização interna do partido-movimento durante os meses seguintes. Agora, com o ato de fundação durante o Fórum Social Mundial, em janeiro deste ano, a Raiz dará início ao processo de coleta de assinaturas para obtenção de registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).