O Heliópolis “não nasceu da ocupação da população e sim da ocupação do poder público, pois a princípio era um alojamento provisório que ficava nas Juntas Provisórias feito para atender moradores da Favela da Vila Prudente.” Este alojamento durou quase 32 anos. Buiu relembra os primeiros momentos de vida no bairro; “quando a gente chegou, o Heliópolis era tudo barro, não tinha energia elétrica, não tinha água”. Para a liderança, muito já foi feito, mas muito ainda precisa ser feito, principalmente no Núcleo da Lagoa onde cresceu, no local ainda hoje “as pessoas ainda vivem em situação desumana”.
“Nós avançamos muito nesses anos no sentido de organização popular várias lideranças históricas, podia citar várias, muitas delas nem estão mais aqui entre nós, como o João Miranda, Cidinha do Pam, Simone Aguida, Miltão, entre outras.”
O líder comentário relatou que naquela época da formação do Heliópolis havia uma presença muito forte da pastoral da criança, pastoral da moradia e das Comunidades Eclesiais de Base, tinha muita procissão e oração nas casas. Este trabalho acabou formando muitos líderes: João Miranda, Cleide, Miguel Borges Leal e várias outras pessoas que no meio do caminho foram cuidar da vida pessoal. “Muito terço foi realizado na minha casa. Minha mãe era muito ligada ao catolicismo. Hoje Heliópolis mudou e tem uma atuação muito firme da Igreja Evangélica”, relata.
Buiu é fruto desta luta comunitária! Foi aluno dos projetos sociais da UNAS – União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região, uma entidade sem fins lucrativos surgida em meados dos anos 1980 da luta dos moradores da comunidade de Heliópolis. Hoje Buiu é um ator nas articulações por políticas públicas na região.
Hoje, Buiu atua na comunidade do Heliópolis contribuindo para a transformação social com a implementação de políticas públicas voltadas para a inclusão de crianças e adolescentes. por melhores e maiores investimentos nas áreas sociais e na infraestrutura para o crescimento da economia e mais emprego incluindo a sustentabilidade, educação e cultura.
Saudade do Heliópolis para Buiu é “saudade de uma união que já foi mais forte, do povo que era mais unido, toda a população era mais unida, a gente percebe que hoje as pessoas estão muito individualizadas, estão todos em seus guetos e a nós não podemos ficar em cima do muro diante do processo político que estamos vivendo neste país”.
Entrevistas
Exibir mais
Vá devagar, o livro tem seu público e tem seu selo antifascista, portanto, não espere que nele impere cápsulas antipedagógicas oprimidas. Aqui a escrita é trans! Transbolzonarizado, transacomodado, transeunte..