O planeta não pode seguir em desequilíbrio, afirmamos um modelo de vida justa, ambientalmente sustentável, economicamente solidário. O Bem Viver deve ser buscado simultaneamente pelo estado e pela Sociedade.
Queremos uma vida digna, em plenitude, cheia de sentidos, em que SER seja mais importante que TER.
Estar no planeta é muito mais que um contínuo sugar da vida alheia, assegurando os direitos da mãe Terra em nossa constituição.
É possível viver fora do sistema capitalista? Quais as maneiras ou alternativas para viver fora do sistema? Como escapar do consumismo e ser autônomo nas relações econômicas e quais as transformações necessárias para criar um novo modelo social e econômico. É fáctivel engrendar e viver num ambiente autossustentável e romper com a dependência do capitalismo desenvolvimentista e predador?
Onze publicações clássicas sobre o Cerrado estão agora disponíveis para download gratuito. A Coleção Cerrado aborda temas como ecologia e flora, matas de galeria, aproveitamento alimentar, correção de solo e adubação, entre outros.
Os títulos foram publicados durante catorze anos, entre 1998 e 2012, reunindo informações da equipe de pesquisadores e técnicos da Embrapa Cerrados. O conteúdo se mantém atualizadas até hoje e é muito usado por estudantes.
Antes apenas comercializadas no formato impresso pela Livraria da Embrapa, as publicações, agora em formato digital, podem ser baixadas pelo site da Empresa. “Consideramos relevante oferecer esses livros gratuitamente para a sociedade. As publicações ajudam na melhor compreensão do bioma Cerrado, tanto para seu desenvolvimento, quanto para sua preservação”, afirma Shirley Araújo, bibliotecária da Embrapa Cerrados.
Felipe Ribeiro, pesquisador da Embrapa Cerrados e autor de algumas obras da coleção, lembra que o conhecimento deve servir a sociedade e que a comunidade científica não pode se esquecer dessa finalidade. Ele completa: “Em geral não valorizamos aquilo que não conhecemos. Essa é uma grande oportunidade para que as pessoas conheçam mais sobre esse nosso grande Cerrado. O conhecimento aqui disponibilizado mostra o valor do bioma Cerrado, não apenas para os cerratenses que aqui vivem, mas para todo o Brasil, mostrando como fazer a conservação do nosso solo, da água, da biodiversidade, enfim, dos nossos recursos naturais”.
O pesquisador Alexandre Spetch enfatiza que explica o formato digital gratuito facilita a divulgação dos conteúdos para as famílias, grupos de amigos, pesquisadores e outros interessados: “Acredito que terá um efeito enorme na divulgação dessas obras”.
Aponta a importância econômica, ambiental e científica das matas para a conservação da água e dos solos. Sua manutenção e perenidade dependem do uso racional e planejado das nascentes e das matas ciliares. A obra ainda representa as causas da degradação das matas ciliares, aborda questões relacionadas a produção de mudas, germinação, crescimento e conservação das espécies, recuperação, além de apresentar 68 famílias com 212 gêneros e quase 500 espécies do Cerrado.
Traz mais de 200 ideias práticas para o pequeno produtor agregar valor ao produto gerado em sua chácara ou fazenda, considerando uma série de parâmetros de sustentabilidade. Um deles é a capacidade de carga do ambiente trabalhado, já que a coleta de frutas do Cerrado ainda é uma atividade quase que exclusivamente extrativista.
O livro introduz o leitor no ambiente das matas de galeria no contexto da região do Cerrado, caracterizando e enfatizando as formações florestais bastante complexas que essa região comporta. São apresentados estudos de caracterização de solos; aspectos sobre a vegetação; fenologia e biologia reprodutiva de espécies-chave; padrão de dispersão de todas as espécies lenhosas encontradas nos levantamentos no Distrito Federal até 1999. Reúne ainda estudos sobre a fauna, com resultados de inventários quantitativos e qualitativos, e os microrganismos presentes nessas áreas.
A riqueza de espécies tanto da flora quanto da fauna do Cerrado é muito expressiva, representando cerca de 30% da biodiversidade brasileira. Os conhecimentos sobre os processos ecológicos que regem a estruturação e o funcionamento das relações bióticas e abióticas no bioma são importantes para mitigar impactos sobre sua diversidade e para utilização sustentável dos recursos naturais.
Destaca as tecnologias que tornaram possível o ótimo desempenho agropecuário da região, que permitiram incorporar os solos altamente intemperizados, ácidos e pobre em nutrientes ao processo produtivo agrícola. Coloca à disposição dos leitores uma série de informações imprescindíveis para o manejo sustentável dos solos. Traz recomendações de correção do solo e de adubação compatíveis para uma produção agrícola, pecuária e florestal que atenda o produtor e a sociedade, em harmonia com o ambiente do Cerrado de forma permanente.
As plantas condicionadoras de solo (adubos verdes e plantas de cobertura) representam uma das opções de diversidade de espécies com reflexos na qualidade do solo e, consequentemente, dos agroecossistemas estabelecidos em áreas de Cerrado. O livro aborda desde o histórico da utilização dos adubos verdes, incluindo sua introdução no Cerrado, até o estudo de viabilidade econômica de seu uso em agroecossistema desse bioma.
A necessidade de adubação das pastagens nessa região do Cerrado é evidenciada pelo fato de que a maioria dos solos não fornece nutrientes na quantidade adequada para o crescimento das plantas e nos níveis de extração das forrageiras utilizadas na formação de pastagens. Os baixos retornos econômicos obtidos pela pecuária se dão pela baixa produção de forragem, que pode ser consequência da não utilização de fertilizantes e pelo manejo do pastejo deficiente. A publicação traz recomendações de adubação de acordo com a intensidade e uso e o tipo de solo, capazes de melhorar a capacidade produtiva das pastagens cultivadas.
Sueli Matiko Sano; Semíramis Pedrosa de Almeida; José Felipe Ribeiro (2008)
A partir da atualização e do acréscimo de conteúdo à publicação esgotada Cerrado: ambiente e flora, esta traz uma lista aumentada da flora do Cerrado, em formato de banco de dados, com descrição e classificação dos organismos, dentro dos sistemas taxonômicos. Isso porque os autores entendem que para utilizar e preservar o bioma Cerrado, é necessário primeiro conhecer suas fitofisionomias e as espécies que a compõem.
O Cerrado tem cerca de 320 mil espécies vegetais, animais e de microrganismos, além de importante produção agropecuária. No entanto, nas últimas décadas, os recursos naturais têm sido tratados de forma fracionada, como se eles não fossem componentes de um sistema dinâmico. Trabalhar de forma sistêmica e desenvolver tecnologias menos agressivas ao meio ambiente contribui para a conservação e a utilização planejada dos recursos. Nesse sentido, a publicação apresenta os avanços no desenvolvimento de tecnologias compatíveis com os cenários atuais e futuro.
A associação benéfica entre fungos micorrízicos e raízes de plantas sempre esteve presente em todos os sistemas de produção e tem contribuído significativamente para a sua sustentabilidade e para a preservação ambiental. A publicação apresenta os conhecimentos e os resultados de estudos realizados durante 30 anos sobre o tema, considerando duas linhas principais: manejo dos fungos micorrízicos arbusculares nativos e da micorriza arbuscular nos sistemas de produção; inoculação desses fungos para implementação de modelos de desenvolvimento sustentável.
Todas as publicações estão disponíveis na página da Embrapa Cerrados. Clique aqui para fazer o download da coleção.
Neste domingo, 18/10, as 10h30 vamos conversar com pesquisadora e pedagoga Rose Marie Inojosa sobre a Carta da Terra para os futuros prefeitos. Rose Marie Inojosa é conselheira da Aliança pela Infância; consultora em planejamento e gestão; participou da implantação da UMAPAZ – Universidade aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz uma unidade da Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, cujo objetivo é contribuir para a formação de cidadãos em sustentabilidade, com uma perspectiva transdisciplinar. É mestre em Comunicação e doutora em Saúde Pública.
A Carta da Terra é um movimento internacional, com uma história de 20 anos, e pode contribuir para o êxito do seu mandato e para uma benéfica administração local, que traga melhorias efetivas para o município.
Segundo a Constituição Brasileira de 1988, o município é o ente federativo responsável pela sua própria organização, administração e arrecadação, cabendo ao prefeito a administração dos serviços públicos municipais, o cuidado de sua população, zelando para que esses serviços sejam acessíveis de forma equânime e com qualidade.
A Carta da Terra é uma orientação segura de que políticos e governantes podem se valer para melhorar a vida da sua população, articulando quatro eixos: respeito e cuidado com a comunidade da vida; integridade ecológica; justiça social e econômica; democracia, não-violência e paz.
Veja como Prefeito você pode utilizar a orientação da Carta da Terra para realizar um mandato que colha resultados efetivos para a população e realize seu propósito
Respeito e Cuidado com a Comunidade da Vida
Esse primeiro eixo é geral, trata dos compromissos com a vida, reconhecendo que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente do uso humano e afirmando a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual das pessoas. É um compromisso filosófico e também prático, que vai se refletir num conjunto de ações que expressam responsabilidade com a promoção do bem comum.
Integridade ecológica
Um Prefeito, junto com a Câmara, outros poderes e, sobretudo, com a população do seu município pode fazer muito para proteger e restaurar os sistemas ecológicos do território do município, a biodiversidade e os processos naturais que sustentam a vida, como:
Utilizar na arborização urbana apenas espécies nativas, plantando nas ruas, praças e parques e incentivar a população a participar desse processo, pois onde tem árvore tem saúde, tem água.
Proteger e ampliar espaços de florestas, bosques, reservas e parques, bem como criar mais espaços verdes e parques lineares ao longo dos rios para manter a biodiversidade, as plantas e animais que existem no território do município, porque eles
fazem parte do sistema que sustenta a vida.
Cuidar, especialmente, da proteção de espécies e ecossistemas em risco, o que inclui projetos que previnam a caça e a pesca predatórias e do esclarecimento da população sobre costumes locais que podem prejudicar a vida das espécies.
Orientar e fiscalizar o manejo do uso da água, do solo, de produtos florestais e da vida aquática no território do município, bem como articular com os municípios do entorno, modos de proteger a sanidade dos ecossistemas.
Fiscalizar a extração e uso de recursos não renováveis como minerais e combustíveis fósseis e atuar em parceria com outros poderes, de forma a prevenir danos ambientais.
Cuidar com especial cuidado da limpeza urbana, eliminando lixões, orientando a população, instituindo ou aprimorando a coleta seletiva, promovendo a compostagem de resíduos orgânicos
Fiscalizar e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas no âmbito do município.
Promover na própria administração municipal o exemplo de redução, reutilização e reciclagem de materiais utilizados, bem como o uso eficiente de energia.
Cuidar da frota de veículos e controlar a emissão de gases de efeito estufa, visando reduzir a poluição do ar e proteger a saúde da população
Utilizar água de reuso na limpeza urbana e incentivar o cuidado com a água no município
Estimular o uso de energias renováveis, solar e eólica, promovendo incentivos para empresas e munícipes.
Apoiar a cooperação científica e técnica relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.
Observar se as decisões tomadas se orientam pelas consequências humanas globais, cumulativas, de longo termo, indiretas e de longa distância.
JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
Um Prefeito, junto com a Câmara, outros poderes e, sobretudo, e parceria com a população do seu município pode fazer muito pela justiça social e econômica no âmbito do município, ainda que tenha dependência de recursos de outras esferas de governo, como:
Contribuir para erradicar a pobreza extrema no município, identificando as famílias nessa situação e inserindo-as em programas sociais emancipatórios.
Garantir o direito a água potável em todos os distritos do município
Inserir famílias sem teto em programas de habitação popular ou locação social
Agir no sentido de ampliar as condições de saneamento de modo articulado com outras esferas de governo.
Garantir acesso a educação básica para todos no município.
Oferecer oportunidades de desenvolvimento para as diferentes faixas etárias da população.
Garantir acesso equânime a saúde básica, vacinação e, em articulação com outras esferas de governo, o acesso a assistência médico hospitalar e outros níveis de complexidade
Articular com outras esferas de governo, empresariado local, organizações não-governamentais e outros atores sociais a ampliação das oportunidades de trabalho remunerado para os cidadãos do município
Realizar a fiscalização dos estabelecimentos e ambientes de trabalho, no que couber a esfera municipal, de modo a garantir boas condições para o trabalhador e a prevenir eventuais danos aos consumidores e ao meio ambiente
Dar o exemplo e promover, em todos os serviços municipais, o respeito à igualdade e a equidade de gênero, a participação ativa das mulheres e o respeito a todas as pessoas, sem preconceito ou discriminação de cor, gênero, idade, orientação sexual, religião, idioma, origem nacional, étnica ou social.
Respeitar e promover o respeito povos indígenas, quilombolas e populações tradicionais que habitem o território do município e garantir o acesso dessas populações aos serviços públicos municipais.
Prover oportunidades de desenvolvimento aos jovens e contribuir para que se habilitem para cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
Proteger e restaurar lugares notáveis, de significado cultural e espiritual.
DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
Um Prefeito, junto com a Câmara, outros poderes e, sobretudo, e parceria com a população do seu município pode fazer muito pela DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ no âmbito do município, como:
Fortalecer e apoiar as instituições democráticas e a participação dos cidadãos nas decisões que afetam a sua vida e o local onde habitam.
Governar de modo transparente e prestar contas no exercício do governo das decisões e políticas municipais bem como propiciar seu acompanhamento.
Comunicar, de modo simples e claro, as decisões municipais e seus resultados.
Instituir canais e valorizar iniciativas de participação da população nas políticas e decisões municipais
Dar exemplo na gestão municipal e defender o direito de todas as pessoas de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que podem afetá-las ou nos quais tivessem interesse.
Apoiar sociedades, conselhos e movimentos locais e regionais e garantir sua voz na tomada de decisões de assuntos municipais.
Proteger, no que lhe couber, os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembleia pacífica, de associação e de oposição ou discordância.
Eliminar a corrupção em todas as áreas e serviços públicos sob sua gestão
Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes e designar responsabilidades ambientais a nível governamental onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
Integrar na educação formal e aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
Contribuir, no âmbito do município e junto aos meios de comunicação, a informação e a conscientização da população para os desafios sociais e ecológicos
Promover no município o respeito e a consideração com todos os seres vivos e coibir crueldades aos animais domésticos e selvagens
Esclarecer a população e promover a proteção de animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento externo, prolongado o evitável.
Capacitar os serviços e os servidores públicos para agir na proteção às pessoas, prevenir violências, inclusive a doméstica e para o encaminhamento do atendimento pronto e respeitoso a todos.
Contribuir, no município, com a resolução pacífica de conflitos ambientais e outras disputas, instituindo casas de mediação, com servidores preparados e acesso a população.
Promover, no município, uma cultura de respeito a todos, de não violência e paz.
Lembre-se que o seu êxito será maior se articular políticas e ações nos quatro eixos propostos pela Carta da Terra, pois a realidade não é simples e as mudanças requerem esforços articulados na área ecológica e social, com democracia e paz.
Acompanho as lutas dos setores trabalhistas do saneamento desde longa data e ultimamente lendo o que o Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS) vem discutindo e alertando.
O que me surpreendeu é que as denúncias sobre os efeitos perversos da PL da privatização não ganhou anteriormente à votação destaque nas redes sociais. Poucos e raros políticos ou vozes saíram em defesa da água enquanto um COMUM. Mas agora depois que a “vaca foi pro brejo (seco)” um amontoado de vozes nas redes aparece para denunciar a privatização. Sempre que pude postei nos meus canais matérias das Ondas ou da FNU (Frente Nacional dos Urbanitários) que agrega os trabalhadores do setor.
Vejo um problema mais sério nisto tudo, tenho, e espero estar errado, uma impressão de que estão querendo faturar politicamente com a votação do PL 4.162 de 2019.
Este trecho da nota que publico abaixo é muito sintomático:
“O argumento de mudança da Lei atual (11.445/2007) não se sustenta. A Lei é relativamente nova, foi regulamentada em 2010, e o PLANSAB, em 2013. Tempo curto, considerando que a área de saneamento foi historicamente negligenciada por sucessivos governos e que passou a ocupar papel de destaque há pouco tempo, com a criação do então Ministério das Cidades, da retomada dos investimentos e do planejamento.”
Porque tanta demora em regulamentar a Lei de 2007?
Insisto, os partidos deveriam TER PUBLICIZADO MUITO MAIS, ENCAMPADO LUTAS e muita denúncia nas redes e nos fóruns de discussão sobre os efeitos danosos da privatização, ou seja, gritar antes do efeito consumado!
Segue abaixo a Nota da ONDAS sobre a votação:
Nota do ONDAS sobre a aprovaçãodo PL 4.162 de 2019
25 de junho de 2020
O Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS) acredita que a aprovação do PL 4.162, de 2019, na noite de 24 de junho, não contribuirá para o avanço do saneamento básico no Brasil, como querem fazer crer os defensores da proposta. Aliás, nos últimos meses, assistimos a uma verdadeira campanha de desinformação que, baseada no diagnóstico dos déficits na prestação dos serviços, apontou para a privatização como a solução para todos os males.
O ONDAS parte do princípio de que o acesso à água e ao esgotamento sanitário é um direito humano fundamental e, sendo assim, acredita que a proposta pode criar um monopólio do setor privado nesses serviços essenciais, o que não contribuirá com a tão propalada universalização do acesso. Isso porque as áreas mais carentes desses serviços encontram-se nos pequenos municípios, nas áreas rurais e nas periferias das grandes cidades, áreas onde residem populações com baixa capacidade de pagamento dos serviços, portanto, incompatível com a necessidade de lucro almejado pelas empresas privadas e por seus acionistas.
Um déficit com essas características, que é retrato das profundas desigualdades sociais e econômicas da sociedade brasileira, não será equacionado pelo aumento da participação privada na prestação desses serviços. Mas, sim, por políticas públicas integradas que considerem as diferentes dimensões do déficit, conforme já caracterizado no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), e que aumentem o comprometimento do setor público com a oferta de serviços universalizados, acessíveis a todos(as), de qualidade e geridos de forma eficiente.
O argumento de mudança da Lei atual (11.445/2007) não se sustenta. A Lei é relativamente nova, foi regulamentada em 2010, e o PLANSAB, em 2013. Tempo curto, considerando que a área de saneamento foi historicamente negligenciada por sucessivos governos e que passou a ocupar papel de destaque há pouco tempo, com a criação do então Ministério das Cidades, da retomada dos investimentos e do planejamento.
O ONDAS, baseado nas avaliações de diversos especialistas e na experiência nacional e internacional, entende que as opções desastradas para as quais o projeto de lei ontem aprovado aponta embutem um grave risco de desestruturar a prestação atual, sem nenhuma garantia de que melhores serviços serão prestados. O quadro catastrófico do saneamento básico de Manaus, quase vinte anos após a privatização de seus serviços públicos de água e esgoto, bem caracteriza os riscos de que falamos.
Acreditamos que a saída para a universalização do acesso aos serviços é a garantia de recursos perenes de financiamento, seja por meio de empréstimos (CEF e BNDES) ou de Recursos do Orçamento Geral da União (OGU) – sempre com profundo controle dos investimentos por parte da sociedade. Também defendemos a criação de um fundo para universalização do acesso, como já ocorre em outros setores, como o de energia, e um programa de revitalização e fortalecimento para as empresas públicas e autarquias. Seria necessário, ainda, a efetiva implementação da Lei 11.445/2007 com seus vários instrumentos, bem como do PLANSAB, além da criação de programas de apoio aos pequenos municípios na elaboração de seu plano de saneamento básico, entre outras medidas.
Enfim, defendemos que a garantia de água e esgotamento sanitário para todos(as) só será possível com o fortalecimento do papel do Estado e com a efetiva participação e controle por parte da sociedade. Reconhecemos que muito há de se avançar no saneamento, mas o remédio proposto no PL é para “matar o doente” e não para recuperá-lo.
Coordenação Geral ONDAS – Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
São Paulo realiza, em novembro, as oficinas participativas do Plano Municipal de Arborização Urbana (PMAU) e do Plano Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livros (PLANPAVEL) .
09/11 – 9h as 13h– LESTE 01 – Itaquera, São Mateus, Cidade Tiradentes, São Miguel, Itaim Paulista, Guainazes
POUPATEMPO ITAQUERA – Estação do Metrô Corinthians- Itaquera
12/11 – 18 as 22h – LESTE 02 – Vila Prudente, Aricanduva, Sapopemba, Penha, Ermelino Matarazzo
UNINOVE VILA PRUDENTE –Rua Cavour, 33
21/11 – 18 as 22h – SUL 1 – Campo Limpo, M´Boi Mirim, Santo Amaro, Jabaquara, Cidade Ademar
UNINOVE SANTO AMARO – R. Amador Bueno, 389/491
23/11 – 9h as 13h -SUL 2 – Parelheiros, Capela do Socorro
CEU PARELHEIROS – R. José Pedro de Borba, 20 Portão E1 Bloco Esportivo
26/11 -18 as 22h – CENTRO-OESTE – Lapa, Butantã, Pinheiros, Sé, Vila Mariana, Ipiranga, Mooca
FACULDADE DE SAÚDE PUBLICA – USP – Av. Dr. Arnaldo, 715 Cerqueira César
28/11 -18 as 22h NORTE – Perus, Pirituba-Jaraguá, Freguesia-Brasilândia, Casa Verde-Cachoeirinha, Jaçanã-Tremembé, Santana-Tucuruvi, V.Maria- V.Guilherme
SUBPREFEITURA SANTANA – TUCURUVI Av. Tucuruvi, 808
Em 12 de outubro é celebrado o Dia do Engenheiro Agrônomo. por se tratar do dia da regulamentação da profissão (decreto 23.196 de 1933). O profissional não trabalha apenas em fazendas e sítios. Sua atuação se estende a empresas de consultoria, indústrias de fertilizantes, defensivos agrícolas, herbicidas, alimentos e até mesmo a bancos de financiamento e investimento, na fiscalização da distribuição do crédito agrícola e em formas de aperfeiçoamento das espécies vegetais e animais.
O engenheiro agrônomo atua em uma área que permite múltiplas funções – desde a preparação de solo para cultivo até as atividades ligadas ao meio ambiente e ao agronegócio. Tudo depende do tipo de formação e especialização profissional. Alguns preferem se aperfeiçoar em física e matemática, uns escolhem biologia e química, outros se especializam em gestão.
Graças aos agrônomos, temos a alta produtividade das lavouras e da pecuária. Com a aplicação de técnicas avançadas, eles aprimoram e potencializam todas as atividades realizadas no campo. Enfim, são profissionais de grande valor, que colaboram com o aquecimento da economia do nosso país e o crescimento dos produtores rurais.
Segue uma dica de livro:
História das agriculturas no mundo
Do neolítico à crise contemporânea de Marcel Mazoyer, Laurence Roudart
Por que o homem tornou-se agricultor? A que picos inesperados de produtividade alguns milhões de agricultores motorizados, mecanizados e especializados chegaram ao final do século XX? Ao retraçar a prodigiosa epopeia que vai das primeiras domesticações de plantas e animais às agriculturas diferenciadas de hoje, este livro mostra que a recente crise da economia mundial está enraizada na instauração da concorrência, que não leva em conta as heranças agrárias das diferentes regiões do mundo. Os autores propõem uma estratégia mundial capaz de desenvolver a agricultura camponesa pobre e de dar novo impulso à economia.
TRADUÇÃO: Cláudia F. Falluh Balduino Ferreira
ASSUNTOS: Agronomia / História Cultural / História Geral