Lendo (no formato ebook) o livro Henry Sobel, o rabino do Brasil: Biografia, do jornalista e sociólogo Jayme Brener – que ainda teimo em lembrá-lo com Jaiminho, dos velhos tempos das lutas pela democracia (muito tempo que não o vejo pessoalmente). Estou a aprender muito na leitura da obra seja sobre o universo da cultura judaíca, seja sobre a vida deste rabino comprometido com a defesa dos direitos humanos como valor universal e com a consolidação democrática do país. Jayme Brener fica me devendo uns minutos de prosa no @girodavitrine….
Livros
nome de ruas de origem índigena no Ipiranga

Sidarta, de Hesse

Quando comecei a trabalhar no Departamento de Zoologia da USP, sobrava uns minguados no orçamento e, então, eu comecei a comprar unidades de uma belíssima e cuidadosa coleção da Editora Record chamada Prêmio Nobel de Literatura, via reembolso postal. Todo mês eu corria para os Correios ansioso para buscar aquele livro de capa dura, bom papel, boa diagramação, boas ilustrações, enfim, um luxo para a época.
Entre tantos “nobéis” poetas, cientistas e demais doutores das letras que ganharam, até aquela época, o prêmio de literatura, um que me marcou profundamente a leitura foi Sidarta do Hermann Hesse. Inspirado na obra de Hesse cheguei a tentar rascunhar pequenos versos e prosas. Até hoje tenho pequenos lapsos de lembrança de passagens do livro. Infelizmente, por motivos vários, aos poucos a coleção foi sendo desfeita e, incrível, hoje não tenho nenhum exemplar comigo!
Assim como o Krisnamurti, o Sidarta de Hesse me marcou e mesmo sabendo que o “ideal” da leitura dele fosse O Lobo da estepe (que eu recusei leitura por longos anos) precisarei chegar ao NIRVANA…

O Homem que Amava os Cachorros

edição:
2
selo:
Boitempo
idioma:
Portuguese
páginas:
592
formato:
23cm x 16cm x 4cm
peso:
785 gr
ISBN:
9788575594452
Outro livro que marcou, este de safra recente, é obra de um cubano bom nas letras: Leonardo Padura. Percorrer as quase 600 páginas de O Homem que Amava os Cachorros foi ao mesmo tempo percorrer trechos da História que eu já conhecia e ajuntando mais conhecimento que não me pertencia. Sobre o velho Leon, sua vida e sua trajetória, eu já conhecia de vários livros entre eles um que gostei muito Da Noruega ao México; mas a boa trama do Pagura mostrou um Ramon Mercader e uma política que eu não sabia muito como funcionava.
Claro, o livro é uma mistura de ficção com realidade. É incômodo, provocativo, mas cheia de detalhes, numa escrita que não cansa. Vale a pena, mesmo sendo um romance escrito por um cubano e todas as contradições que sua experiência histórica possa interferir na obra.

Niemeyer e as curvas do tempo

Ano: 1998
As curvas do tempo é o livro de memórias de Oscar Niemeyer.
Devorei com o prazer inerente As curvas do tempo. É o livro de memórias de Oscar Niemeyer editada em 1998 e se reescrevesse um pouco mais tarde teríamos mais novidades (morreu em 2012).
É uma bela edição fotos e com desenhos do autor feitos especialmente para o livro. Ferreira Gullar assina o texto de apresentação.
Niemeyer faz uma seleta de textos de caráter afetivo, quando um dos temas é a família, ou a arquitetura e as artes que a integram. Fala de livros e sobre os autores que sente prazer em ler. O Brasil e o Rio de Janeiro (em especial a vista para o mar das janelas de seu escritório) que ele sempre sente saudades quando passa muito tempo fora.
É uma delicia ler o diário, uma síntese de sua vida repleta de muita sensibilidade e nostalgia. fala da sua infância, da sua militância, de seus trabalhos de maneira fluída, leve.
Sidarta de Hesse
Quando comecei a trabalhar no Departamento de Zoologia da USP, sobrava uns minguados no orçamento e, então, eu comecei a comprar unidades de uma belíssima e cuidadosa coleção da Editora Record chamada Prêmio Nobel de Literatura, via reembolso postal. Todo mês eu corria para os Correios ansioso para buscar aquele livro de capa dura, bom papel, boa diagramação, boas ilustrações, enfim, um luxo para a época.
Entre tantos “nobéis” poetas, cientistas e demais doutores das letras que ganharam, até aquela época, o prêmio de literatura, um que me marcou profundamente a leitura foi Sidarta do Hermann Hesse. Inspirado na obra de Hesse cheguei a tentar rascunhar pequenos versos e prosas.
Até hoje tenho pequenos lapsos de lembrança de passagens do livro. Infelizmente, por motivos vários, aos poucos a coleção foi sendo desfeita e, incrível, hoje não tenho nenhum exemplar comigo! Geraldo Santiago Pereira, assim como o Krisnamurti, o Sidarta de Hesse me marcou e mesmo sabendo que o “ideal” da leitura dele fosse O Lobo da estepe (que eu recusei leitura por longos anos) precisarei chegar ao NIRVANA kkkkk

O homem do castelo alto
Aproveitei a quarentena para assistir a quarta temporada de O Homem do Castelo Alto, série da Amazon Prime baseado no livro O Homem do Castelo Alto, originalmente lançado em 1963, e que foi um dos principais romances escritos por Philip K. Dick. Com esse livro, Dick conquistou seu primeiro prêmio Hugo, e se consagrou como um dos grandes escritores de ficção científica. Com um enredo eletrizante, o romance apresenta um cenário sombrio: a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Há uma zona neutra, onde não fica muito claro quem manda e como manda. Os negros são escravos e os judeus sobreviventes se escondem sob identidades falsas.

Dick está a todo momento, nesta obra, discutindo que “realidade você quer viver?” ou mais na linha especificamente: “o que é realidade, afinal?”. Realidades paralelas …
Philip K. Dick é um dos meus autores preferidos, principalmente depois que assisti Blade Runner, o filme, baseado no seu livro Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?” Ridley é o produtor executivo que a Amazon convocou, além de Frank Spotnitz, roteirista, produtor e conhecido por fazer parte da equipe criativa de Arquivo X.
A série, como uma adaptação, muda algumas coisas do livro, mas a essência continua a mesma. Não sou um especialista em crítica cinematográfica, mas senti alguns buracos entre os episódios, o que não impede, na minha opinião de ser a melhor série da Amazon Prime.
Recomendo assistir desde a primeira temporada para entender a narrativa. Apesar de ser prometida como a derradeira temporada o seu final estampou algumas pistas do que poderá vir pela frente se resolverem continuar com a série.
Vale a pena ler o livro e depois assistir a série….


Belchior, por Ricardo Ramos
A lembrança de Belchior em um capítulo do livro Pelo Amor de Adriana, do Ricardo Ramos. Ricardo foi filho do grande Graciliano Ramos

Autor alagoano, nascido em Palmeira dos Índios a 4 de janeiro de 1929, Ricardo de Medeiros Ramos era filho do escritor Graciliano Ramos. Aos 15 anos mudou-se para o Rio de Janeiro onde cursou Direito, porém nunca exerceu, dedicando-se à publicidade.
Transferiu-se para São Paulo em 1956, onde viveu até sua morte. Participou ativamente da vida cultural da cidade; trabalhou como cronista e jornalista, foi professor de Comunicação e diretor da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Organizou e foi o primeiro diretor do Museu de Literatura Paulista e presidiu a União Brasileira de Escritores.
Escreveu diversos contos e romances, sendo consagrado com os mais significativos prêmios literários do país. Participou de várias antologias do conto brasileiro contemporâneo. Muitas de suas obras foram traduzidas para o inglês, espanhol, alemão, russo e japonês.
Faleceu em 20 de março de 1992, em São Paulo.

Contrarresiliente, uma resenha
Por Gilberto da Silva
O livro é de poesias, mas bem poderia ser um livro de crônicas. Ou será uma crônica-poesia? Mas poderia ser também um livro reportagem, um retrato escrito poeticamente na desgraça que é ser nas ruas onde não ser igual já é um enorme diferencial. O Zeh Gustavo, nosso contrarresiliente fala (ou melhor escreve, descreve e reescreve) o que o engasgado está por nós.
Vá devagar, o livro tem seu público e tem seu selo antifascista, portanto, não espere que nele impere cápsulas antipedagógicas oprimidas. Aqui a escrita é trans! Transbolzonarizado, transacomodado, transeunte.
O Zeh que já em outras lavras traçou linhas incômodas, em contrarresiliente vai direto ao golpe! Pronto para combater o ar contaminado de imbecilidade ou da boçalidade bosta que impera nos guetos nobres da sociedade pós-boçal com seus hiper chiliques.
A poesia aqui é contracorrente e deveras atinge quem deveras ler. Ler aqui é um ato de contravenção, contradição, contradito, não espere palavras mornas, textos leves como beijos suaves ou músicas para dormir.
Portanto, na contra mão necessária, eu super indico a leitura de contrarresiliente de Zeh Gustavo, editado pela Editora Viés.
título: CONTRARRESILIENTE
isbn: 9786580885046
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 14 x 21 x 0,8
páginas: 136
ano de edição: 2019
edição: 1ª
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Contrarresiliente, uma resenha

O livro é de poesias, mas bem poderia ser um livro de crônicas. Ou será uma crônica-poesia? Mas poderia ser também um livro reportagem, um retrato escrito poeticamente na desgraça que é ser nas ruas onde não ser igual já é um enorme diferencial. O Zeh Gustavo, nosso contrarresiliente fala (ou melhor escreve, descreve e reescreve) o que o engasgado está por nós.
Vá devagar, o livro tem seu público e tem seu selo antifascista, portanto, não espere que nele impere cápsulas antipedagógicas oprimidas. Aqui a escrita é trans! Transbolzonarizado, transacomodado, transeunte.
O Zeh que já em outras lavras traçou linhas incômodas, em contrarresiliente vai direto ao golpe! Pronto para combater o ar contaminado de imbecilidade ou da boçalidade bosta que impera nos guetos nobres da sociedade pós-boçal com seus hiper chiliques.
A poesia aqui é contracorrente e deveras atinge quem deveras ler. Ler aqui é um ato de contravenção, contradição, contradito, não espere palavras mornas, textos leves como beijos suaves ou músicas para dormir.
Portanto, na contra mão necessária, eu super indico a leitura de contrarresiliente de Zeh Gustavo, editado pela Editora Viés.