Cultura

Paulinho da Viola 80 anos!

Paulinho da Viola, um dos maiores nomes da música brasileira, completa 80 anos neste dia 12 de novembro.

Violonista, cantor e compositor, o carioca Paulinho da Viola marcou o samba brasileiro durante a década de 1970 com grandes sucessos como “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, “Coração Leviano” e “Timoneiro”. Além da forte presença e conexão com a Portela, seu trabalho e sua rica discografia são considerados elos entre o samba, o carnaval e o choro.

Paulo César Baptista de Faria viveu a infância e a juventude apreciando apresentações de músicos de choro e seresteiros em encontros musicais promovidos ora em sua própria casa, ora na casa do virtuoso Jacob do Bandolim, a quem seu pai, o grande violonista César Faria, acompanhava sistematicamente ao violão.

Passou a estar próximo não só de Jacob, mas de uma infinidade de outros grandes instrumentistas e compositores, como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Altamiro Carrilho, Dino Sete Cordas e Canhoto da Paraíba.

Também participava, desde cedo, de blocos e agremiações carnavalescas. A partir de meados dos anos 1960, passou a atuar como violonista no Zicartola, famoso ponto de encontro de artistas e intelectuais, e a frequentar a quadra da Portela.

Recebeu o nome artístico de Paulinho da Viola e tornou-se amigo de Hermínio Bello de Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kétti, Clementina de Jesus e, posteriormente, integrante da ilustre ala dos compositores portelenses, chegando a vencer o Carnaval de 1967 com seu samba-enredo “Memórias de um sargento de milícias”.

Na mesma época, frequentou o Teatro Jovem e morou na pensão Santa Teresinha (conhecida como Solar da Fossa), convivendo com diferentes profissionais da área cultural, entre músicos, atores, diretores de teatro e TV, escritores e poetas. Após atuar no espetáculo “Rosa de ouro”, participou dos festivais de música televisivos com obras que se tornaram grandes sucessos, como “Sinal Fechado” e “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”. Batizou e uniu para a gravação de um disco o lendário grupo Velha Guarda da Portela, que passou a participar de seus shows e registros fonográficos. 

Com seu cavaquinho, seu violão e sua aveludada voz, Paulinho construiu uma das discografias mais íntegras no cenário da música brasileira, mesclando novas e antigas ideias, em obras suas e de outros compositores, a partir dos universos aos quais foi sempre relacionado, o samba e o choro. Após ter gravado as instrumentais “Abraçando Chico Soares” e “Choro Negro” em seus primeiros álbuns de carreira, ter dirigido, com o jornalista Sérgio Cabral, o espetáculo Sarau, de seu grupo com o Época de Ouro, e participado do movimento de criação dos chamados clubes de choro, Paulinho virou um dos pivôs na revitalização do gênero por uma nova geração hoje atuante. 

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Pedro Paulo Rangel volta com o “O Ator e o Lobo” no Teatro Laura Alvim

  Foto: Gisela Schlogel_Divulgacao_PedroPauloRangel

Pedro Paulo ganhou o Prêmio Shell Especial em 2019 pelos 50 anos de carreira. Foi indicado como melhor texto no mesmo ano. Ir ao teatro é sempre uma experiência de embarcar em outra realidade, seja ela distante ou próxima à nossa própria vida.

É o caso do monólogo “O Ator e o Lobo”, com o qual o ator Pedro Paulo Rangel nos convida a uma jornada por lembranças que não são nossas, mas que nos aproximam de nossas próprias recordações. Basta comprar o ingresso (ou seria passagem?) para assistir à peça no Teatro Laura Alvim, durante a temporada (ou seria estadia?) que começa no dia 21 de outubro e vai até 13 de novembro, com sessões (ou seriam partidas?) sextas e sábados às 20h, e domingos às 19h.

O ator ganhou o Prêmio Shell Especial em 2019 por seus 50 anos de carreira justamente com este espetáculo, que tem direção de Fernando Philbert. Texto também indicado ao Prêmio Shell, “O Ator e o Lobo” traz uma comovente coletânea do consagrado escritor português António Lobo Antunes – autor de 29 romances e centenas de crônicas – e do próprio Pedro Paulo Rangel.

Os dois têm, em comum, a cultura luso-brasileira em suas histórias familiares: os avós de Pedro Paulo eram portugueses, e Lobo Antunes, por sua vez, costumava visitar, na infância, parentes de Belém do Pará que moravam em Lisboa. Essa mistura de histórias funciona perfeitamente e dá unidade à narrativa.

Num cenário básico – com banco, púlpito, cadeiras e alguns poucos elementos de cena –, Pedro Paulo emociona e diverte. Do encontro amargo com um velho amigo no hospital à comunhão dos irmãos que fazem xixi lado a lado no jardim; da histérica amante do senhor Biscaia ao menino que foge de casa porque não queria comer abóbora. E ainda tem a história da mãe, o amante dela e o filho ciumento.

Entre humor e nostalgia, “O Ator e o Lobo” tem, sobretudo, humanidade, aqueles “sinais interiores de riqueza” de que fala Lobo Antunes. No final do espetáculo, fica na plateia a sensação de aconchego, como nos abraços de dona Prazeres, avó de Pedro Paulo, personagem com a qual todo mundo se identifica e se enternece.

Pedro Paulo Rangel por Pedro Paulo Rangel

“Na década de sessenta do século passado, em 1966, estreei na minha primeira tragédia: ‘Antígona’. Disseram que eu estava muito bem. No ano seguinte, a segunda e última tragédia, o ‘Édipo Rei’, dirigido por Ruy Sandi. O público riu bastante comigo e fiquei arrasado. Tempos depois, fiz um teste para ‘Roda viva’, de Chico Buarque, e fui aceito. ‘Roda viva’ cumpriu uma curta, porém auspiciosíssima carreira no Rio e seguimos para São Paulo.

As comédias tomam quase que 90% do meu currículo de ator. Seria mais do que um jogo de palavras dizer que eu não as procuro, elas, sim, é que me escolhem. Estou tranquilo no meu canto, e, quando dou por mim, lá está um personagem cômico fazendo caretas pra mim. Meu santo nunca cruzou bem com o de Shakespeare.  ‘Romeu e Julieta’ foi meu primeiro encontro com autor inglês, e ‘O mercador de Veneza’, o último, até agora. Para meu espanto, o bardo me rendeu um Prêmio Cultura Inglesa de melhor ator.

Os três prêmios Molière que tive a honra de receber, crédito-os também aos seus respectivos diretores: Naum Alves de Sousa, por ‘Aurora da minha vida’; Luiz de Lima, por ‘Machado em cena, um sarau carioca’; e Moacir Chaves, pelo ‘Sermão da quarta-feira de cinzas’.

Sou um dileto filho do teatro, um apaixonado embora não correspondido fã de cinema, mas é a televisão que eu caftinizo e que me deu tudo o que tenho. São quase 250 trabalhos em cinema, teatro e televisão nestes meus 50 anos de ofício. Sangue, suor e lágrimas. E muito, mas muito riso, também. Obrigado aos meus muitos amigos por terem me suportado e aos deuses por terem tomado conta de mim.”

Um pouco sobre Fernando Philbert

O premiado diretor assistente de Aderbal Freire Filho por 20 anos. Foi codiretor nos espetáculos: “Depois do amor”, última direção de Marília Pêra, com Danielle Winits e André Gonçalves; “O topo da montanha”, com Thais Araújo e Lazaro Ramos; “Além do que os nossos olhos registram”, com Priscila Fantin e Luíza Tomé; “Champanhe e confusão”, com Silvia Bandeira; e o premiado “O escândalo Philippe Dussaert”, com Marcos Caruso.

Pedro Paulo Rangel por Fernando Philbert

“Temos no Brasil um artista imenso. Um ator ganhador três vezes do prêmio Molière, entre outros tantos prêmios. Mas mais do que os prêmios, PP, como é chamado pelos colegas e amigos, é um coração feito das tábuas do palco onde vivem centenas de personagens e onde ele recebe o público. Sim, PP é um artista que recebe o público no seu coração. Ele, sem dúvida, é um ator raro, um homem de um talento solar que aquece a plateia.

Pedro Paulo Rangel está trabalhando com mais de 50 anos de carreira, de ofício, de risadas, de emoções, de palavras, de versos, canções, gestos e silêncios reveladores do caráter humano.

Não temos mais artistas assim feito PP. Artistas como ele, infelizmente, são raros, muito raros. Podemos reconhecê-los quando sobem ao palco, quando aparecem na tela da TV, pois, ao redor deles, há uma força, uma outra presença se estabelece: a presença da arte!

Este ator único traz consigo a presença da arte, a história de um teatro humano, onde o ator é o mágico que nos faz ver mundos, nos faz ver muitos personagens e sonhar. Não são apenas palavras bonitas neste texto sobre PP, são verdades! Quem tem o prazer e a sorte de vê-lo em cena vai entender a medida da arte e do talento. Este projeto é um marco, pois une dois grandes artistas: António Lobo Antunes, o mestre da Literatura Portuguesa, e Pedro Paulo Rangel, um dos nossos grandes atores e referência do teatro.”

Sobre o espetáculo

“O Ator e o Lobo” percorre o caminho das crônicas de António Lobo Antunes, na busca dos encontros entre a ficção e a realidade. A comédia e o drama são terrenos luminosos onde a peça lança sua ilusão poderosa – a do teatro – para encontrar ressonância entre a vida e as palavras criadas pelo autor português. Pedro Paulo Rangel, consagrado ator brasileiro, interpreta filhos, pais, mulheres, amantes e vários outros personagens das crônicas do famoso escritor, fazendo um jogo de espelhos que reflete ora o teatro, ora a vida real. Neste jogo de semelhanças e diferenças, é construído um espetáculo sobre a velha pergunta: a arte imita a vida ou a vida imita a arte? Esta é uma resposta que o público só vai descobrir ao assistir às apresentações.

Serviço:

“O Ator e o Lobo”

Local: Teatro Laura Alvim

Endereço:  AV. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro

Temporada: de 21 de Outubro a 13 de novembro de 2022.

Obs dia: 30 de outubro – Não haverá apresentação

Sessões: sexta e sábado, às 20h / domingo, às 19h

Ingressos: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia-entrada e promoções)

Duração: 60 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

Informações: (21 )2332-2016

Ficha técnica

Dramaturgia e interpretação: Pedro Paulo Rangel

Autor: António Lobo Antunes

Direção: Fernando Philbert

Coach de Pedro Paulo Rangel: Rafael Augusto Fernandes

Figurinos: Antônio Medeiros

Cenário: Fernando Mello da Costa

Iluminação: Aurélio de Simoni

Trilha Sonora: Maíra Freitas

Projeções: Aníbal Diniz

Fotografia: Lucio Luna

Direção de cena e operação de luz: Daniel Rodrigues
Operação de som e vídeo: Renato Garcia

Designer: Marcely Soares
Assessoria de Imprensa: Sheila Gomes

Assistente de Produção: Lay Akanni

Direção de Produção: Júnior Godim

Realização Pedro Paulo Rangel Produções Artísticas 

Helena Costa, cantora

HELENINHA COSTA – CANTORA
Helena Costa Grazioli, conhecida como Heleninha Costa foi uma cantora brasileira. Foi casada com o músico Ismael Neto, integrante e fundador do grupo musical “Os Cariocas”.
Em 1947, a convite de César Ladeira, começou a trabalhar na Rádio Nacional, participando do programa “Música do coração”, considerado um dos melhores musicais noturnos da emissora.

Helena Costa Grazioli, conhecida como Heleninha Costa (Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 1924 – Rio de Janeiro, 11 de abril de 2005)

81 vezes Mautner

“Você guarda todos os livros que lê, tem um grande biblioteca em casa?Eu já tinha 10 mil livros aos 14 anos, pois meu pai sempre me incentivou a ler. Foram tantos livros lidos que eu não teria onde guardar, fui dando tudo. Conheço a literatura de cada país. Leio em alemão, leio em francês… Mas leio novidades também. Recomendo, por exemplo, A nova biografia do Brasil, que saiu pela Companhia das Letras [das autoras Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling]. Ali elas dizem que o Brasil de fato já era conhecido em 1008, 500 anos antes do descobrimento. Também comentam que os índios eram nus, atléticos, perfumados… Mas o que mais causava estranheza é que eles faziam guerra não para conquistar território, e sim apenas por vingança pessoal. Aí você tem outros livros, como os do Domenico De Masi. O último dele, O futuro chegou, tem 500 páginas. Começa lá nos sumérios e acádios, segue por todas as culturas e nas últimas 100 páginas afirma que a única civilização que poderá dar continuidade à vida no planeta é o Brasil, por tudo isso que estou dizendo. Por esse amálgama, esse tropicalismo, essas características que são totalmente inéditas e originais de um país que é um continente.”

Trecho da entrevista à revista Cândido in: https://www.bpp.pr.gov.br/…/Entrevista-Jorge-Mautner

Tarsila do Amaral

Em 17 de janeiro de 1973 morria em São Paulo, Tarsila do Amaral ou simplesmente Tarsila, é considerada uma das principais artistas modernistas da América Latina, descrita como “a pintora brasileira que melhor atingiu as aspirações brasileiras de expressão nacionalista em um estilo moderno.”

Tarsila de Aguiar do Amaral, internacionalmente conhecida como o expoente do modernismo brasileiro. Uma mulher emancipada à frente de seu tempo.

 #tarsiladoamaral #tarsila #modernismo #modernismobrasileiro

Knockin’ On Heaven’s Door

Assim como a Carta XIII do tarot de Marselha pode signifcar um recomeço, uma nova jornada, assim soa para mim esta canção incrível de Bob Dylan na performance de Guns N’ Roses Knockin’ On Heaven’s Door:

“Mama take this badge from me
I can’t use it anymore
It’s getting dark too dark to see
Feels like I’m knockin’ on heaven’s door”

A música, só pra lembrar, faz parte da trilha sonora do filme de Sam Packinpah, Pat Garret and Billy the Kid…

Eric Clapton que também gravou a música classificou-a como “uma canção tão incrivel, muito especial”

E até nosso Brasuca Zé Ramalho imortalizou sua versão da canção de Bob Dylan:

Mãe, tire o distintivo de mim
Que eu não posso mais usá-lo
Está escuro demais pra ver
Me sinto até batendo na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Mãe, guarde esses revólveres pra mim
Com eles nunca mais vou atirar
A grande nuvem escura já me envolveu
Me sinto até batendo na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céuBate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céuBate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu

Aos mais jovens eu também gosto da Avril Lavigne cantando esta belíssima canção de Dylan:

Sesc SP realiza a Ocupação Mirada 2021 com programação presencial e on-line

Evento internacional acontece de forma híbrida, com apresentações presenciais em Santos (SP) e peças on-line. Diversos países estão representados em espetáculos, ações formativas, mesas de conversas, mostras digitais e aberturas de processos de criação
 

Sem Palavras, da companhia brasileira de teatro, abre programação de espetáculos da Ocupação dia 24 de novembro, presencialmente, no Sesc Santos – Foto Nana Moraes

Entre 24 e 28 de novembro de 2021, o Sesc SP realiza a Ocupação Mirada 2021, programação especialmente idealizada para o momento de retomada entre as edições do Mirada – Festival Ibero-americano de Artes Cênicas, evento bienal organizado pela instituição, tradicionalmente reunindo espetáculos da América Latina, Portugal e Espanha.

Este ano o formato será híbrido, com sessões presenciais e dezenas de atrações on-line, entre peças, mesas de conversas, ações formativas, processos de criação e mostras do acervo digital do Sesc SP.

Após cinco edições e dez anos de existência, o Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas não teve sua realização em 2020 devido à crise sanitária. “A Ocupação Mirada 2021 recorre a um formato híbrido entre presencial e on-line com ações que dão continuidade à trajetória do Festival, como parte de sua memória e de seus novos frutos, que conjugam experiências adquiridas tanto por criadores quanto por espectadores ao longo deste período”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo. “Perante esse cenário inevitável e imprevisível, aqueles que fazem da arte um poderoso meio de (re)criar laços com o mundo demonstraram habilidade em articular formatos e temáticas imprescindíveis para estabelecermos relações com aquilo que nos acontecia, suas consequências e, sobretudo, com as condições que nos levaram até aqui e os caminhos que avistam renovados horizontes”, complementa Danilo.

Serão onze espetáculos, entre estreias e obras inéditas no Brasil, além da participação de produções de Portugal, Chile, México e Peru. Estão na programação ainda ações formativas com representantes desses países e também da Bolívia, Equador e Colômbia.

Uma seleção de dez espetáculos do acervo do #EmCasaComSesc, reunindo produções exibidas durante a pandemia nas redes e plataformas do Sesc, integram a Ocupação Mirada 2021. Entre eles estão Desconscerto, com Matheus Nachtergaele; Cérebro Coração, com Mariana Lima, e Mãe Coragem, de Bete Coelho.

Outras duas obras, Travessias e Reconciliação, a primeira da companhia brasileira de teatro e a segunda com direção de Alexandre Dal Farra e Patrícia Portella, marcam presença por seu caráter processual e de continuidade da construção dos trabalhos Sem Palavras e Trauma, respectivamente, duas das estreias na Ocupação.

Fortalecendo uma das características que mais representam o Mirada – um ponto de encontro entre artistas de diversas origens e territórios -, importantes nomes da cena ibero-americana vão compartilhar com o público, durante a Ocupação, os processos de criação que darão origem aos seus próximos trabalhos. Isto ocorrerá em diferentes formatos – de ensaios abertos a laboratórios de criação, passando por conversas e produções conjuntas.

Durante o evento, no dia 26 de novembro, haverá o lançamento da TePi – plataforma que reúne a produção teatral baseada no Festival Teatro e os Povos Indígenas, Encontros de Resistência, liderada pela diretora artística Andreia Duarte, em parceria e co-curadoria com o ambientalista e filósofo Ailton Krenak. O conteúdo se desdobrará em outras ações, como peças e mesa de debate.

A Ocupação também organizou o Miradas Digitais que é uma ação com artistas convidados, que construirão narrativas para diferentes coleções de obras do Sesc Digital, das lives #EmCasaComSesc, entre outros. A ideia é envolver o público em uma viagem pelo tempo por meio da navegação nessas histórias contadas de formas inusitadas.

Ao todo, os 23 espetáculos, entre 11 com horários de estreia determinados e outros 12 disponíveis on demand durante todo o período da programação, dois deles apresentados a partir da cidade de Santos (SP), com presença de público. A programação completa poderá ser acessada em www.sescsp.org.br/mirada a partir do dia 17 de novembro de 2021.
 

Espetáculos presenciais

O primeiro deles, Sem Palavras, autoria de Marcio Abreu, com a companhia brasileira de teatro, abre a Ocupação Mirada com sessões nos dias 24 e 25 de novembro, no teatro do Sesc Santos. É a estreia do espetáculo em território brasileiro, depois de passar por festivais internacionais na França e Alemanha.

Já a outra montagem, Sueño, livre adaptação de “Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare, de Newton Moreno, será encenada no Centro Esportivo e Recreativo Rebouças, nos dias 26 e 27 de novembro, em um espaço ao ar livre preparado especialmente para receber a peça, no contexto latino-americano.

Espetáculos on-line

Chega de Saudade!, d’Aquela Cia (RJ) faz sua estreia mundial. O texto conta a história da Bossa Nova na visão do coletivo carioca e vem sendo construído pelos próprios atores em um elenco formado só por artistas negros. A apresentação será gravada e transmitida pelas redes e se junta a obras premiadas do repertório do grupo que estiveram em edições do Mirada – Caranguejo Overdrive e Guanabara Canibal.

Ocupação Mirada 2021 reforça  o seu alcance para outros países. O espetáculo Aurora Negra, de Portugal, reúne três autoras mulheres para tratar do lugar e da presença do corpo negro na cena artística europeia. Cleo Tavares (Cabo Verde), Isabel Zuaa (Portugal, de origem de Angola e Guiné-Bissau) e Nádia Yracema (Angola) participam também da mesa “Corpo Político e Presencialidades”, dia 27 de novembro, on-line, e que conta ainda com a dramaturga peruana Diana Daf Collazos.

Trauma, de Alexandre Dal Farra (Brasil) e Patrícia Portela (Portugal) é um ensaio literário e dramatúrgico, com a justaposição de imagens das últimas décadas no Brasil e em Portugal. Essa  obra coproduzida pelo FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Portugal) foi transformada e adaptada para o formato audiovisual a partir do projeto original chamado Reconciliação.

Voltado para toda a família, será exibido  O Monstro da Porta da Frente, d’A Digna Coletivo Teatral. Com direção de Kiko Marques, o espetáculo faz uma discussão lúdica sobre a memória, a partir da história de Laurinha e seu amigo Lanterninha que resolvem criar um filme para evitar a destruição do bairro.

Duas obras ligadas ao fazer teatral dos povos originários e que estabelecem relação com o lançamento da plataforma TePi estão na programação: Ino Moxo, do Grupo Íntegro, do Peru – que trata de uma aventura pela Amazônia em busca de um lendário shaman da ayahuasca – e Trewa, do KIMVN Teatro, teatro documental das raízes do povo Mapuche do Chile. A diretora deste espetáculo, Paula González Seguel, participa de uma das mesas que integram a programação, “Teatralidades e Povos Indígenas”.

Também do Peru vem Preludio –  Ficciones del Silencio, concebido pela atriz e diretora peruana Diana Daf Collazos. A obra entrelaça realidade e ficção para tratar das memórias coletivas, lembranças pessoais e políticas, e de silêncio e luto. Já La segunda vida de un Dragón, do chileno Guillermo Calderón, faz uma irônica reflexão sobre arte (e sobre fracasso), trazendo à cena uma crítica a artistas, instituições, mercado e sociedade.

Por fim, a obra La Casa de tu Alma, do México, com direção de Conchi León para a Saas’Tun Teatro, propõe que os atores partam de suas próprias experiências, misturadas a lendas de cemitérios famosos pelo mundo, para criar uma trama sentimental sobre o ritual de despedida dos mortos.

Mais espetáculos

O público terá a chance de (re)ver dez espetáculos apresentados nas lives do #EmCasaComSesc, reunindo produções exibidas durante a pandemia.

São eles: Felipe Rocha, em Ele precisa começar; Matheus Nachtergaele, em Desconscerto; Hilton Cobra, em Traga-me a cabeça de Lima Barreto!; Grace Passô, em Frequência 20.20; Mariana Lima, em Cérebro Coração; Bete Coelho, em Mãe Coragem; Sara Antunes, em Dora; Cláudia Missura e Tata Fernandes, em O Menino Teresa; Cristina Moura, em MASCARADO – Ägô Pra Falar, Ägô Pra Dançar, Ägô Pra Existir; e Fragmento Urbano, em Espaço Seguro para Ficar em Risco.

Refletir sobre a linguagem

Além dos espetáculos, a Ocupação Mirada 2021 reserva boa parte da programação para a reflexão sobre a produção cênica atual e alguns apontamentos para onde elas seguirão.

Para isso, estão no calendário quatro mesas de conversas on-line, com transmissão nas redes do Sesc SP. São elas: “Desafios e Perspectivas da Ação Cultural”, com Danilo Miranda, Carmen Romero (Chile), Otávio Arbelaez (Colômbia) e Gonçalo Amorim (Portugal); “Percursos Criativos”, com Alexandre Dal Farra, Marcio Abreu (Brasil), Guillermo Calderón (Chile) e Patrícia Portela (Portugal); “Teatralidades e Povos Indígenas”, com Ailton Krenak, ​Paula González Seguel (Chile) e Andreia Duarte; e “Corpo Político e Presencialidades”, com Diana Daf Collazos (Peru), Cleo Tavares (Cabo Verde), Isabel Zuaa (Portugal), Nádia Yracema (Angola). ​

Nos atuais tempos pandêmicos, a produção artística tem incessantemente buscado se reinventar. Além das ferramentas tecnológicas – que proporcionaram não só a transmissão como o encontro entre pessoas territorialmente distantes – os artistas estão usando novas maneiras de refletir sobre este momento, criando novas linguagens e maneiras de se conectar com o público.

Para aprofundar-se nesta questão, alguns autores vão compartilhar com o público  processos de criação de obras que estão sendo gestadas. Caso de Antonio Araújo, que abre os encontros reflexivos comentando a criação do seu próximo trabalho. O Teatro da Vertigem propõe investigar criticamente o ambiente do agronegócio brasileiro, especialmente aquele das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte de Rondônia, suas manifestações culturais e seus costumes.

ColetivA Ocupação faz um ensaio aberto de seu próximo espetáculo Erupção, transmitido pela internet (mediante inscrição). Trata-se de uma ficção científica, que transita entre tempos, misturando expressões artísticas para discutir catástrofes.

E o Coletivo 302, da Baixada Santista, dedicado à pesquisa histórica e geográfica de Cubatão (SP), vai mostrar ao público como desenvolve seu próximo trabalho – Vila Fabril – que trata criticamente sobre questões ambientais, econômicas e sociais da região. A atividade vai ser transmitida on-line (com inscrições prévias).

O “Telas Abertas da América Latina” contará com representantes de grupos de teatro para questionar a construção eurocentrista na criação de monumentos (reais e simbólicos) e propor novas formas de se contar histórias. Haverá transmissão ao vivo, pelo YouTube, com a participação do Clowns de Shakespeare (RN/Brasil), teatro del Embuste (Colômbia), Grupo Cultural Yuyachkani (Peru), Malayerba (Equador) e Teatro de los Andes (Bolívia).

Os coletivos lideram também o laboratório on-line “Demolição e Criação de Monumentos” – com inscrição prévia realizada pelos interessados – que resultará no encontro “Monumentos Futuros”, sobre o processo realizado nos dias anteriores.

Caminhos

Na mostra “Mirada Digitais”, artistas de diferentes origens e áreas de atuação (e especialidades) comentam cada um uma coletânea especial, a partir de séries e documentários originais do Sesc Digital.

Os artistas que prepararam a playlist são: os dramaturgos André Guerreiro Lopes, Dione Carlos e Jé Oliveira; os grupos Magiluth e Nós do Morro; as atrizes Renata Carvalho e Priscila Obaci; a escritora Paula Autran; a diretora Onisajé; e os jornalistas Wellington Andrade e Dib Carneiro. 

Ocupação Mirada 2021
De 24 a 28 de novembro de 2021
Informações em www.sescsp.org.br/mirada
Nas redes do Sesc SP e Sesc Santos
 

Sesc Santos
R. Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida, Santos – SP, 11040-900
Terça a Sexta, 8h às 21h | Sábados, Domingos e Feriados, 10h às 16h.
Agendamento prévio: centralrelacionamento.sescsp.org.br
Para ingressar nas unidades do Sesc SP, a partir de 12 anos, é necessário apresentar comprovante de vacinação contra COVID-19, físico ou digital.

Venda de ingressos (On-line e na bilheteria do Sesc Santos)
Ingressos para espetáculos presenciais: 
R$ 40 (inteira)
R$ 20 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante)
Limite de 4 ingressos por pessoa


Plataformas on-line:
YouTube @sescsp (youtube.com/sescsp)
YouTube @sescemsantos (youtube.com/sescemsantos)
Instagram @SescAoVivo (instagram.com/sescaovivo)
Sesc Digital (sesc.digital)
Plataforma TePI (tepi.digital)

O que havia de África no Brasil da Independência?

ntre nós, esquecemos o quanto nossa história está impregnada da contribuição africana e de afrodescendentes. Em novo episódio da série “200 da Independência”, Antonio Carlos Higino da Silva e Carlos Eugênio Libano Soares tratarãoum pouco mais sobre o tema.

Carlos Eugêniodiscorrerá sobre a importância do complexo negreiro do Valongo, particularmente o cais, durante o ano decisivo de 1822 para o processo da independência e formação do Estado Nacional. Neste ano, com toda propaganda política pelas ruas, o mercado de escravos no Rio estava a todo vapor, contradizendo alguns atores políticos que anteviam mudanças sociais profundas no após 7 de setembro.

Já o professor Antonio Higino conduzirá reflexões acerca das lutas do Conselheiro Antônio Pereira Rebouças, em favor da consolidação dos direitos civis, no contexto dos primeiros anos da emancipação do país. A adoção da perspectiva de análise desse afrodescendente pretende ampliar e renovar os olhares sobre este evento, problematizando a não implementação de relevantes pressupostos a inauguração do Estado Nacional brasileiro.

A Fundação Biblioteca Nacional convida para mais um episódio da série “200 da Independência”.

Terça-feira, 16 de novembro de 2021, às 17h.

O que havia de África no Brasil da Independência?  

Por Antonio Carlos Higino (UFC) e Carlos Eugênio Libano Soares (UFBA)

Comentários de João Carlos Nara (CCD-FBN)

Antonio Carlos Higino da Silva possui Graduação e Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005), fez o Mestrado (2009) e o Doutorado (2020) em História Comparada no Programa de Pós-Graduação de História Comparada da UFRJ (2009). Em 2019 realizou intercâmbio em nível de doutorado pelo Programa Erasmus +, integrando-se ao Laboratório do Centre de la Méditerranée Moderne et Contemporaine da Université Nice Sophia, atual UniversitéCotê d’Azur. Atualmente é Pós-doutorando no Programa de Pós-graduação de História da Universidade Federal do Ceará.

Carlos Eugênio Líbano Soares estudou História na UFOP e Antropologia e História na UFRJ, onde se formou em História em 1988. Em 1993 defendeu Mestrado em História na UNICAMP com dissertação premiada pelo Arquivo Municipal do Rio de Janeiro no Concurso Prêmio Carioca de Monografia 1994 intitulada A Negregada instituição: os Capoeiras na Corte Imperial do Rio de Janeiro 1850-1890. Em 1998 defendeu tese de doutorado também na UNICAMP que foi premiada pela coleção do CECULT (Centro de Pesquisa em Cultura) da mesma universidade intitulada A Capoeira Escrava e Outras Tradições Rebeldes do Rio de Janeiro 1808-1850. Em 1998 foi premiado pelo Arquivo Estadual do Rio de Janeiro no concurso Memória Fluminense com o livro Zungu: rumor de muitas Vozes. Em 2003 foi premiado pelo Arquivo Nacional com o livro intitulado No Labirinto das Nações: Africanos e Suas Identidades, Rio de Janeiro Século XIX, escrita conjuntamente com Flávio dos Santos Gomes e Juliana Barreto. Pós-Doutor em Arqueologia em 2013 pela UFRJ com tese intitulada Valongo: cais dos escravos, publicada digitalmente pela CEDURP (Consorcio de Desenvolvimento do Porto Maravilha). Apresentou palestras em eventos internacionais como LASA (Latin American StudiesAssociation) 2001, (Washington DC) e BRASAS (BrazilianStudiesAssociation) 2012 (Illinois, EUA) e Sorbonne 2008 (COFECUBE). Atualmente cursa doutorado em Arqueologia na UFRJ (Museu Nacional) com projeto sobre o mercado de escravos do Valongo no Rio de Janeiro.

O evento é online e transmitido no canal da FBN no Youtube:

Acesse o canal do Youtube da FBN para acompanhar esse e outros eventos:

https://www.youtube.com/c/FundacaoBibliotecaNacional

Para ir direto ao episódio da próxima terça-feira às 17:00 acesse:

Coletivo Inflamável faz estreia presencial do espetáculo Margarida Contra Tanques

Com público limitado por meio de convites Coletivo Inflamável faz estreia presencial do espetáculo Margarida Contra Tanques.

A estreia acontece no dia 16 de outubro às 19h no Centro Cultural Mestre Lula. O trabalho teve uma pré-estreia virtual, em meio a pandemia de Covid-19 no ano de 2020, no YouTube do Centro Cultural Bom Jardim, agora com a flexibilização das atividade e com o avanço da vacina o coletivo lança o trabalho presencialmente, fazendo uma circulação em sedes de associações pelo território do Granja Bom Jardim, periferia de Fortaleza, dentre elas o Centro Cultural Mestre Lula, O Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza, A Associação Ideal e a Associação Nossa Casa Mãe África.