Política e Cidadania

Ministro Waldez Góes estima em até R$ 120 milhões o investimento federal em ações no litoral paulista

O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, na chegada do navio Atlântico ao litoral norte paulista. Foto: MIDR

Oministro da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes, afirmou nesta quinta-feira, 23/2, que o esforço integrado do Governo Federal para auxílio aos municípios do litoral norte paulista pode chegar a um total de R$ 120 milhões em recursos. O cálculo envolve as diferentes ações de assistência humanitária já realizadas e os planos de trabalho que estão sendo preparados pelos municípios para reconstrução das estruturas danificadas.

“Temos já basicamente mensurado, da parte do Governo Federal, entre tudo o que já foi empregado até agora, em torno de R$ 60 milhões, aí envolvidas despesas com efetivo e operações de Exército, Marinha, Defesa Civil, repasses de Portos e Aeroportos e da Receita Federal, além das ações de vários outros ministérios”, disse Góes.

Adicionalmente, existem os planos de trabalho voltados para liberação de recursos da Defesa Civil que estão em fase de formulação pelos municípios. São projetos que descrevem as necessidades de ajuda humanitária e os valores estimados para recuperação de infraestrutura e reconstrução das áreas danificadas. Um deles, no valor de R$ 7 milhões, já foi liberado.

“A própria Defesa Civil, pelo que conhece do tamanho do desastre, mesmo ainda não tendo sido mensurado tudo, a partir do que irá receber de planos de ajuda humanitária, de planos de restabelecimento e de planos de reconstrução, a gente está se preparando para ir a R$ 50 milhões ou R$ 60 milhões para Defesa Civil”, completou Waldez Góes.

O ministro concedeu uma coletiva de imprensa nesta quinta a bordo do navio aeródromo Atlântico, que aportou na orla de São Sebastião (SP). Maior embarcação da Marinha do Brasil, o navio conta com quase mil profissionais marinheiros, dos quais 150 vão poder ajudar nas buscas de pessoas em condição de isolamento e no atendimento em saúde.

Equipado com seis helicópteros, três embarcações de desembarque de viaturas e pessoal e lanchas de transporte de pessoal, o navio conta ainda com um hospital de campanha para até 200 leitos e especialistas em ortopedia, cirurgia geral, anestesia, clínica geral, farmácia, odontologia e auxiliares de laboratório.​​

“Estamos entregando toda essa capacidade às autoridades locais. Essa estrutura pode ser empregada de acordo com a necessidade do município”, afirmou Waldez Góes, que na coletiva foi acompanhado do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.

“É importante ressaltar que todos esses equipamentos podem ficar aqui ou em terra. Esse hospital de campanha e os profissionais da área médica podem se deslocar para lugares onde forem mais necessários”, explicou Márcio França.

HABITAÇÃO – O ministro Waldez Góesrelatou, ainda, que o Governo Federal agendou reuniões com autoridades dos seis municípios que tiveram o estado de calamidade oficializado no litoral norte de São Paulo (São Sebastião, Caraguatatuba, Guarujá, Bertioga, Ilhabela e Ubatuba). Uma das prioridades é discutir o tema das reconstruções de habitações para pessoas em condição de vulnerabilidade que perderam todos os pertences em função das fortes chuvas que atingiram a região no último fim de semana.

Segundo o ministro do MIDR, as ações podem envolver tanto recursos da Defesa Civil para essa rubrica quanto iniciativas voltadas para o Minha Casa, Minha Vida, programa que foi retomado pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está sob gestão do Ministério das Cidades.

“Estamos defendendo duas frentes. Uma com a prefeitura, para reconstruir as casas dos que perderam 100% do que tinham. Podemos utilizar alguns dos planos da prefeitura com recursos da Defesa Civil para isso, dentro de uma situação de calamidade homologada, e rapidamente entrar em fase de construção”, explicou Góes.

Em outra frente, segundo o ministro, é importante que o município identifique terrenos apropriados para a construção de moradias populares, para que aí seja possível estabelecer parcerias via Minha Casa, Minha Vida. Segundo o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, o município já tem mapeadas três áreas em fase final de estudos de viabilidade, que juntas somariam mais de 580 unidades habitacionais. 

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A Permanência do Clientelismo, do Mandonismo e do Coronelismo no Brasil

#coronelismo #mandonismo #clientelismo

±Resumo: 

±Pretendemos com nossa apresentação discutir se, de fato, existe a permanência em novos formatos do coronelismo, mandonismo e clientelismo na sociedade contemporânea e suas manifestações. Reconhecemos as características históricas dos sistemas de reciprocidade, no entanto, nos recusamos a esvaziar por completo os conceitos já definidos pelos estudos clássicos e em apontar indícios de uma combinação dessas diversas manifestações no panorama político nacional.

±Palavras chave; coronelismo. mandonismo. clientelismo. política. dominação.

Dia Nacional do Trabalhador Gráfico

Neste dia 7 de Fevereiro em que comemoramos 91 anos do Dia Nacional do Trabalhador Gráfico, queremos parabenizar a todos os trabalhadores gráficos 

No dia 7 de fevereiro comemoramos o Dia Nacional do Trabalhador Gráfico. Em 7 de fevereiro de 1923 é iniciado o movimento grevista que após 42 dias de paro conquistaram seus direitos. Os trabalhadores gráficos, eram sujeitos, naquela época, a condições de trabalho e de vida humilhantes e precárias.

A greve dos gráficos foi liderada por João Costa Pimenta. Em prol de direitos negados pelo patronato brasileiro, os trabalhadores protestavam por aumento de salário e condições dignas de trabalho. Foi devido ao sucesso da greve, que surgiu o sindicato da classe gráfica, a União dos Trabalhadores Gráficos, tendo como presidente João da Costa Pimenta, linotipista.

A partir de então, os gráficos continuam batendo de frente com patrões e lutando por seus direitos e melhorias.


Os tipos revolucionários

Os tipos revolucionários

Por Gilberto da Silva

Gilberto da Silva Jornalista e sociólogo

O Revolucionário Permanente. Ele nunca está contente. Sempre há uma revolução para fazer, para ser completada. Aqueles que impedem estas ações revolucionárias são sempre denominados de reacionários, ou contras. Eles cantam o amanhã, mesmo após acordar com um sério desencanto. Não é preciso apenas mudar o mundo, é preciso mudar o Universo. É preciso muito e sempre e mais. É preciso interpretá-lo, reinventá-lo. Este tipo de revolucionário sempre denomina-se um emancipador nato. Para estes a revolução é sempre um processo de mudanças profundas, necessárias e absolutamente importantes.

O consenso só é possível se seus pontos de vistas forem absolutamente aceitos. O futuro para estes sempre será melhor, mais acolhedor, mais humano. É sempre preciso explorar novos caminhos (entendendo como novo, o velho conceito que provavelmente ele carrega). Mudança sempre!

A repressão e suas características

Dentro do contexto de uma revolução um componente que requer um estudo mais apurado é a utilização da repressão. A repressão tem vários sentidos e pode ser analisado sob diversos pontos de vistas. Não existe apenas a repressão física, mas também a psicológica e a ideológica. Os movimentos repressivos são dirigidos por duas maneiras: a reação e a progressão. Esses dois mecanismos lembram muito o famoso Sístoles e Diástoles do general Golbery, teórico geopolítico do Governo Militar.

Uma reação pode ser repressiva se servir de antídoto radical aos processos evolutivos da função social; ela pode ser exercida para reagir às tendências humanas de tentar o REAL (entendido aqui como o IDEAL para o Outro). A repressão exercida pela reação é uma defesa dos valores morais, sociais ou culturais. É a preservação do EU, um movimento de conservação e defesa precedida de um ataque.

Já movimento de progressão é a repressão aos valores arcaicos, ao modelo antigo, às velhas ordens emanadas por um poder que teoricamente está em ruínas, ou em processo de deterioração. Progressivo é, para quem o exerce, a reestruturação na procura de uma ordem moderna, evolutiva. Neste caso, a repressão possui um claro sentido aniquilador do retorno de uma antiga ordem.

A repressão possui quatro tipos de “caráter”: o revolucionário, o progressivo, o conservador e o reacionário.

O Revolucionário é para quem o exerce, a quebra de velhas ordens num determinado momento social: o da revolução. Sua função é a de reprimir os ataques contra-revolucionários. Não devemos esquecer que todo caráter repressivo pode ser em nível de poder estatal ou poder individual, nas relações homem-mulher; pai-filho-mundo; religião-homem-mundo.

O caráter revolucionário da repressão é – para quem o exerce – o processo de mudança de uma estrutura, a virada de uma pirâmide, por isso, seja necessário reprimir os que ainda tentam subverter a nova ordem. A repressão é, nesse sentido, vista pelos revolucionários como uma necessidade, um mal que vem para o bem, uma medida certa para a total implantação dos seus novos valores.

Para os revolucionários é aniquilando os velhos valores que se pode tornar-se seguro da situação, “… pois esta tem sempre, como divisa de rebelião, a liberdade e os seus antigos costumes, os quais nem o transcurso do tempo nem os benefícios recebidos farão esquecer.” [i]

Os sandinistas utilizaram-se deste expediente de aumento de repressão na tentativa de aniquilar as forças contra-revolucionárias somozistas e dos índios miskitos.

Sob o ângulo da repressão homem-mundo, essa repressão revolucionária teria sentido se, por exemplo, as mulheres abolissem as velhas ordens morais aderindo à uma ordem, a uma nova ordem moral, sexual e rechaçar todos os velhos conceitos da tradição familiar submissa, do patriarcado.

A repressão revolucionária dá-se num determinado momento histórico, num período ainda desestabilizado onde novas ordens ainda não foram aceitas, acomodadas, onde ainda o perigo da iminente reação sobrevoa.

O Progressivo se dá no período em que há uma norma, uma ordem, em franco desenvolvimento, num momento em que ainda é preciso modernizar-se, progredir, ir à procura de uma nova situação. O caráter progressivo da repressão é baseado na persuasão e na aniquilação, sendo que na persuasão há a clara intenção da ideologia modernizadora, onde ela é exercida com o sentido de aniquilar as velhas hierarquias, os velhos sistemas e aperfeiçoar novas formas de manutenção da estrutura.

O caráter progressivo da repressão geralmente se dá num período pós-revolucionário onde é necessário aperfeiçoar novas formas de dominação, criar métodos mais eficazes de controle nesse sentido toda “reação” em contrário é anti-revolucionário, conservador ou reacionário.
Ao contrário do caráter revolucionário que ainda é portador de um conteúdo utópico, o progressista já atingiu “para si” a realidade: ele apenas realiza seu projeto. O repressor progressista ainda não chegou à “plenitude”, ainda busca a totalidade da sua eficácia e espera atingir a sua “finitude” (que pode ser inatingível). É o caso do jovem saindo de uma fase de contestação para outra de ações conscientizadoras, sem euforismos. Um jovem partindo da simples agitação para a transformação progressiva da sua personalidade, não aceitando nem a revolução total de seus conceitos  como a volta aos padrões que a família lhe engendrou.

A atitude repressiva é, nesse caso, sempre aplicada no sentido de favorecer o andamento de uma prova nova ordem criada. É exercida como atitude “construtura”.

O caráter Conservador utiliza a repressão como manutenção da situação vigente, reprimindo toda manifestação ao contrário e toda tentativa de mudança. Usa os instrumentos repressivos como arma de defesa dos valores por eles implantados. Utilizado-a como um bem para si e para os que seguem os mesmos valores.
O conservador sente-se sempre um íntegro, tradicionalista., moralista e evita  de forma total qualquer tentativa de mudança. Partem de um pressuposto que vivendo numa estabilidade (a sociedade ou a sua individualidade) os que são estáveis (ou) os dominados a aceitar geralmente legítimo domínio vigente.

A relação pais-filhos é sempre visto sob o ponto de vista conservador. O patriarcado age de acordo com os princípios da repressão conservadora na manutenção da ordem familiar. A igreja tradicional e ortodoxa agiu muitas vezes de acordo com os princípios do caráter repressivo conservador

O caráter reacionário é o que utiliza da repressão através de uma resposta a uma ação qualquer que tem interesse em provocar a ameaça a sua ordem. É tido como opositor a qualquer inovação nos valores. É tido como contrário a liberdade e age de acordo com os princípios arcaicos e ultrapassados. No seu modo de ver é preciso agir sempre contra qualquer ação evolutiva, revolucionária e ou modernizadora.

O reacionário não é um conservador, o caráter repressivo dessa maneira é dado em qualquer situação.

[i] O Príncipe. Maquiavel. São Paulo: Circulo do Livro. s/d. página 56.