Eu só peço a Deus Que a dor não me seja indiferente Que a morte não me encontre um dia Solitário sem ter feito o que eu queria
Eu só peço a Deus Que a dor não me seja indiferente Que a morte não me encontre um dia Solitário sem ter feito o que eu queria
Eu só peço a Deus Que a injustiça não me seja indiferente Pois não posso dar a outra face Se já fui machucado brutalmente
Eu só peço a Deus Que a guerra não me seja indiferente É um monstro grande e pisa forte Toda pobre inocência desta gente É um monstro grande e pisa forte Toda pobre inocência desta gente
Eu só peço a Deus Que a mentira não me seja indiferente Se um só traidor tem mais poder que um povo Que este povo não esqueça facilmente
Eu só peço a Deus Que o futuro não me seja indiferente Sem ter que fugir desenganado Pra viver uma cultura diferente
Solo le pido a Dios Que la guerra no me sea indiferente Es un monstruo grande y pisa fuerte Toda la pobre inocencia de la gente Es un monstruo grande y pisa fuerte Toda la pobre inocencia de la gente
Muito obrigado Beth Por haberme convidado para cantar para su público En esta noche en Rio de Janeiro, obrigada a você Um beijo Mercedes
Paulinho da Viola, um dos maiores nomes da música brasileira, completa 80 anos neste dia 12 de novembro.
Violonista, cantor e compositor, o carioca Paulinho da Viola marcou o samba brasileiro durante a década de 1970 com grandes sucessos como “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, “Coração Leviano” e “Timoneiro”. Além da forte presença e conexão com a Portela, seu trabalho e sua rica discografia são considerados elos entre o samba, o carnaval e o choro.
Paulo César Baptista de Faria viveu a infância e a juventude apreciando apresentações de músicos de choro e seresteiros em encontros musicais promovidos ora em sua própria casa, ora na casa do virtuoso Jacob do Bandolim, a quem seu pai, o grande violonista César Faria, acompanhava sistematicamente ao violão.
Passou a estar próximo não só de Jacob, mas de uma infinidade de outros grandes instrumentistas e compositores, como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Altamiro Carrilho, Dino Sete Cordas e Canhoto da Paraíba.
Também participava, desde cedo, de blocos e agremiações carnavalescas. A partir de meados dos anos 1960, passou a atuar como violonista no Zicartola, famoso ponto de encontro de artistas e intelectuais, e a frequentar a quadra da Portela.
Recebeu o nome artístico de Paulinho da Viola e tornou-se amigo de Hermínio Bello de Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kétti, Clementina de Jesus e, posteriormente, integrante da ilustre ala dos compositores portelenses, chegando a vencer o Carnaval de 1967 com seu samba-enredo “Memórias de um sargento de milícias”.
Na mesma época, frequentou o Teatro Jovem e morou na pensão Santa Teresinha (conhecida como Solar da Fossa), convivendo com diferentes profissionais da área cultural, entre músicos, atores, diretores de teatro e TV, escritores e poetas. Após atuar no espetáculo “Rosa de ouro”, participou dos festivais de música televisivos com obras que se tornaram grandes sucessos, como “Sinal Fechado” e “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”. Batizou e uniu para a gravação de um disco o lendário grupo Velha Guarda da Portela, que passou a participar de seus shows e registros fonográficos.
Com seu cavaquinho, seu violão e sua aveludada voz, Paulinho construiu uma das discografias mais íntegras no cenário da música brasileira, mesclando novas e antigas ideias, em obras suas e de outros compositores, a partir dos universos aos quais foi sempre relacionado, o samba e o choro. Após ter gravado as instrumentais “Abraçando Chico Soares” e “Choro Negro” em seus primeiros álbuns de carreira, ter dirigido, com o jornalista Sérgio Cabral, o espetáculo Sarau, de seu grupo com o Época de Ouro, e participado do movimento de criação dos chamados clubes de choro, Paulinho virou um dos pivôs na revitalização do gênero por uma nova geração hoje atuante.
HELENINHA COSTA – CANTORA Helena Costa Grazioli, conhecida como Heleninha Costa foi uma cantora brasileira. Foi casada com o músico Ismael Neto, integrante e fundador do grupo musical “Os Cariocas”. Em 1947, a convite de César Ladeira, começou a trabalhar na Rádio Nacional, participando do programa “Música do coração”, considerado um dos melhores musicais noturnos da emissora.
Helena Costa Grazioli, conhecida como Heleninha Costa (Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 1924 – Rio de Janeiro, 11 de abril de 2005)
Assim como a Carta XIII do tarot de Marselha pode signifcar um recomeço, uma nova jornada, assim soa para mim esta canção incrível de Bob Dylan na performance de Guns N’ Roses Knockin’ On Heaven’s Door:
“Mama take this badge from me I can’t use it anymore It’s getting dark too dark to see Feels like I’m knockin’ on heaven’s door”
A música, só pra lembrar, faz parte da trilha sonora do filme de Sam Packinpah, Pat Garret and Billy the Kid…
Eric Clapton que também gravou a música classificou-a como “uma canção tão incrivel, muito especial”
E até nosso Brasuca Zé Ramalho imortalizou sua versão da canção de Bob Dylan:
Mãe, tire o distintivo de mim Que eu não posso mais usá-lo Está escuro demais pra ver Me sinto até batendo na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Mãe, guarde esses revólveres pra mim Com eles nunca mais vou atirar A grande nuvem escura já me envolveu Me sinto até batendo na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céuBate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céuBate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu
Aos mais jovens eu também gosto da Avril Lavigne cantando esta belíssima canção de Dylan:
Envie seu video falando sobre qua foi a banda de rock ou do roqueiro que marcou a sua vida. Quem quiser participar, só enviar um video gravado com o celular deitado (na horizintal) para o WhatsApp/Telegram (11) 94 591 1084.
Revista semanal de notícias, comentários sobre política, cultura e fotografia como o fotógrafo Cuca Jorge. Quadro sobre futebol com Yasmin Dias; cultura pop com o professor Homero Massuto. E muito mais! Apresentação do jornalista e sociólogo Gilberto da Silva.
Tivemos a participação especial do músico e compositor Nei Silva que falou da sua carreira e deste momento de pandemia
Todos sujeito é sujeito a uma crítica e assim foi o velho Raul.
Em 26 de junho de 1945 nascia em Salvador, aquele que seria o pai do rock nacional, Raul Seixas.
É no álbum GITA (1974) que encontramos a “Sociedade Alternativa”, música de Raul Seixas e Paulo Coelho que Bruce Springsteen. Uma obra-prima do rock brasileiro. A canção é uma ode ao ocultista inglês Aleister Crowley (1875-1947), criador da religião de Thelema. Crowley foi um personagem polêmico, um bruxo que se autoproclamava “Grande Besta 666” e defendia o sexo livre e o uso de drogas.
Mas neste dia, em comemoração ao nascimento de Raul, eu fico com a música e letra “Prelúdio” que consta do álbum Gita:
Prelúdio
Sonho que se sonha só É só um sonho que se sonha só Mas sonho que se sonha junto é realidade
Sonho que se sonha só É só um sonho que se sonha só Mas sonho que se sonha junto é realidade
Sonho que se sonha só É só um sonho que se sonha só Mas sonho que se sonha junto é realidade
BNDES 5° NO BNDES – “Carlos Lyra – 60 Anos de Bossa” – Ficha TécnicaCarlos Lyra – vozClaudio Lyra – voz e violãoFernando Merlino – tecladoRicardo Costa – bateriaAdriano Giffoni – baixo acústicoDirceu Leite – sax, flauta e clarineteDiogo Gomes – trompete e flugel 30 AGO 2018 FOTO ANDRE TELLES
Hoje, 11 de maio é aniversário do compositor carioca, Carlos Lyra, uma das maiores figuras da bossa nova, não por menos considerado por Tom Jobim como o “maior melodista da bossa nova”.
Você e Eu Carlos Lyra Podem me chamar e me pedir e me rogar E podem mesmo falar mal Ficar de mal que não faz mal Podem preparar milhões de festas ao luar Que eu não vou ir, melhor nem pedir Eu não vou ir, não quero ir E também podem me intrigar Até sorrir, até chorar E podem mesmo imaginar o que melhor lhes parecer Podem espalhar que eu estou cansado de viver E que é uma pena para quem me conheceu.
1954 – Compõe “Quando Chegares”, sua primeira música (e letra). Reuniões com Sylvia Telles, João Gilberto, Lúcio Alves, Luiz Eça, João Donato e outros à volta do piano de Johnny Alf, no bar do Hotel Plaza.
1955 – Silvinha Telles grava as músicas “Menina” de Carlos Lyra e “Foi a Noite”, de Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça em um compacto.
1956 – Compõe “Maria Ninguém” entre outras músicas também com letras suas. – Gravação da música “Criticando” pelos “Os Cariocas”.
1957 – Primeiras parcerias com Ronaldo Bôscoli: “Lobo bobo”, “Se é tarde me perdoa”, etc.
1958 – Primeiras parcerias com Geraldo Vandré: “Quem Quiser Encontrar o Amor” e “Aruanda”.
1959 – Gravação do primeiro disco LP: “Carlos Lyra Bossa Nova” com contra-capa escrita por Ary Barroso.
1960 – Inicia parceria com Vinícius de Moraes: “Você e eu”, “Coisa Mais Linda”, “Minha Namorada”, etc. – Compõe música para a peça “A Mais Valia vai Acabar, seu Edgar”, de Oduvaldo Vianna Filho, com direção de Chico de Assis. – Compõe com Maria Clara Machado o musical infantil, “Maroquinhas Fru-Fru”. – Grava seu segundo LP “Carlos Lyra”, com contra-capa de Vinicius de Moraes. – Lança compacto duplo, 45 rpm, “No Balanço do Samba”, pela Philips, com as faixas: “Canção do olhar amado”, “Chora tua tristeza”, “Quando chegares” e “Só mesmo por amor”.
1961 – Funda, com Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira Gullar e outros, o Centro Popular de Cultura da União dos Estudantes. – Faz a música para a peça “Cinderela” de Maria Clara Machado. – É escrito o musical “Um americano em Brasília”. Criação conjunta de Carlos Lyra, Chico de Assis e Nélson Lins e Barros. – Faz a música para a peça “O testamento do cangaceiro”de Chico de Assis. – Faz a música para a peça “Almas mortas” de Nikolai Gogol em montagem no TBC, com direção de Flávio Rangel. – Gravação do terceiro LP “Depois do Carnaval”. – Sai o disco “Bossa Nova Mesmo” com participações de Carlos Lyra, Vinicius de Moraes, Sylvia Teles, Lucio Alves e outros.
1962 – Apresentação de Concerto de Bossa Nova no Carnegie Hall de New York. – Compõe com Vinícius de Moraes o musical “Pobre Menina Rica”. – Lança compacto duplo – “Carlos Lyra”, pela Philips, com as faixas: “Você e eu”, “Chora tua tristeza”, Ïnfluência do jazz” e “Depois do carnaval”.
1963 – Compõe música para o filme “Gimba” de Flávio Rangel. – O filme “Couro de Gato” recebe prêmios em Sestri Levanti (Itália) e Oberhausen (Alemanha). – Compõe com Vinícius de Moraes o “Hino da UNE” e a “Marcha da Quarta-feira de Cinzas”. Compõe a “Canção do Subdesenvolvido” em parceria co Chico de Assis. – Compõe música para o filme “Bonitinha mas ordinária” de Nelson Rodrigues”
Em 8 de maio de 1924 nascia em Belém do Pará, William Blanco Abrunhosa Trindade, mais conhecido como Billy Blanco, arquiteto (Em 1946 estudou na Universidade Presbiteriana Mackenzie (FAU/Mackenzie e em 1948 muda-se para o Rio de Janeiro e continua os estudos na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil, diplomando-se em 1950), músico, compositor e escritor.
A carreira artística inicia nos anos 1950 com o Sexteto Billy Blanco. As primeiras músicas são gravadas pela então namorada Dolores Duran (1930-1959), “Outono”, e por Linda Batista (1919-1988), “Prece de um Sambista”: Quando morre um sambista, No céu é motivo de festa, Pois os anjos, que são da seresta, Se alegram também, E no meio de tanta alegria, Todo o céu, se transforma em terreiro, Os clarins, dão lugar ao pandeiro, Que marca a chegada de alguém, O Noel, que nosso santo do samba, E chegou lá primeiro, É o chefe do santo terreiro, De Nosso Senhor, Imploro a Deus, Conservai-me um sambista decente, Para merecer algum dia, Sambar com esta gente, De tanto valor !
A banca do distinto. Billy Blanco foi originalmente lançada em julho de 1959, no compacto duplo “Dolores Duran no Michel de São Paulo”:
A Banca do Distinto
Não fala com pobre, não dá mão a preto Não carrega embrulho Pra que tanta pose, doutor Pra que esse orgulho A bruxa que é cega esbarra na gente E a vida estanca O enfarte lhe pega, doutor E acaba essa banca A vaidade é assim, põe o bobo no alto E retira a escada Mas fica por perto esperando sentada Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal Todo mundo é igual quando a vida termina Com terra em cima e na horizontal
A grande e fenomenal Inezita Barroso (1925-2015) registra “Estatutos da Gafieira”, em 1954: Moço Olha o vexame O ambiente exige respeito Pelos estatutos Da nossa gafieira Dance a noite inteira Mas dance direito Aliás Pelo artigo 120 O distinto que fizer o seguinte: Subir na parede Dançar de pé pro ar Debruçar-se na bebida sem querer pagar Abusar da umbigada De maneira folgazã Prejudicando hoje O bom crioulo de amanhã Será distintamente censurado Se balançar o corpo Vai pra mão do delegado Ta bem, moço? Olha o vexame, moço!
Também em 1954, compõe com Tom Jobim (1927-1994) a música “Tereza da Praia”, sucesso na voz dos cantores Dick Farney (1921-1987) e Lúcio Alves (1927-1993).
Tereza da Praia
Oh, Dick? – Fala, Lúcio Arranjei novo amor no Leblon – Não diga! Que corpo bonito, que pele morena -Eu conheço Que amor de pequena, amar é tão bom
Oh, Lúcio? – Fala meu irmão Ela tem um nariz levantado? – Tem Os olhos verdinhos – É mesmo Bastante puxados – Uhum Cabelo castanho, né? E uma pinta do lado
É a minha Tereza da praia Se ela é tua é minha também O verão passou todo comigo O inverno pergunta com quem
Então vamos A Tereza na praia deixar Aos beijos do sol E abraços do mar
Tereza é da praia Não é de ninguém Não pode ser tua Nem minha também Tereza é da praia
Billy Blanco e Tom Jobim lançam o disco Sinfonia do Rio de Janeiro (1954), com arranjos de Radamés Gnatalli (1906-1988). Algumas canções desse disco fazem parte da trilha sonora do filme Esse Rio que Eu Amo (1961), do diretor Carlos Hugo Christensen (1914-1999).
Em 1956 compõe “Samba Triste”, em parceria com o violonista Baden Powell (1937-2000): Samba triste A gente faz assim: Eu aqui Você longe de mim, de mim Alguém se vai Saudade vem E fica perto Saudade, resto de amor De amor que não deu certo Samba triste Que antes eu não fiz Só porque Eu sempre fui feliz, feliz, feliz, feliz Agora eu sei Que toda vez que o amor existe Há sempre um samba triste, meu bem Samba que vem De você, amor
Em 1965, participa do 1o Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, São Paulo, com a canção “Rio do Meu Amor”, interpretada por Wilson Simonal (1939-2000), que se classifica em 5º lugar. Em 1966, no 1o Festival Internacional da Canção da TV Globo, Rio de Janeiro, obtém 4º lugar na classificação geral com o samba “Se a Gente Grande Soubesse”, interpretado pelo filho Billy Blanco Jr., e Quarteto em Cy. Em 1968, na Bienal do Samba da TV Record, São Paulo, classifica em 4o lugar o samba “Canto Chorado” na voz de Jair Rodrigues (1939-2014):
No jogo se perde ou se ganha Caminho que leva Que traz Trazendo alegria tamanha Levando, levou minha paz Tem gente que ri da desgraça Duvido que ria da sua Se alguém escorrega aonde passa Tem riso do povo Na rua O que dá pra rir, dá pra chorar Questão só de peso e medida Problema de hora E lugar Mas tudo são coisas da vida O que dá pra rir, dá pra chorar O que dá pra rir, dá pra chorar.
Participa das trilhas sonoras para os filmes Carnaval Atlântida (1952), de José Carlos Burle (1910-1983), e Crônica da Cidade Amada (1965), de Carlos Hugo Christensen.
Compõe a trilha sonora para a peça Chico do Pasmado, do autor Aurimar Rocha (1934-1979), em 1965. Nesse ano, escreve letras em português para canções do musical Noviça Rebelde (The Sound of Music), e para a comédia musical norte-americana do escritor Shepherd Mead (1914-1994), Como Vencer na Vida sem Fazer Força (How to Succeed in Business Without Really Trying). Em 1996, publica pela Editora Record o livro Tirando de Letra e Música.
Em 2002, a gravadora Biscoito Fino lança o CD A Bossa de Billy Blanco, com sucessos como os sambas “Estatutos da Gafieira”, “Pistom de Gafieira”, “Rio do Meu Amor” e “Samba Triste”.
Em 1974, o compositor Billy Blanco lançou “Sinfonia Paulistana”, um disco dedicado a celebrar o povo e a história de São Paulo:
Amanhecendo
Começou um novo dia Já volta quem ia O tempo é de chegar De metrô chego primeiro Se tempo é dinheiro Melhor vou faturar Sempre ligeiro na rua Como quem sabe o que quer Vai o paulista na sua Para o que der e vier
A cidade não desperta Apenas acerta A sua posição Porque tudo se repete São sete, e às sete Explode em multidão Portas de aço levantam! Todos parecem correr! Não correm de, correm para Para São Paulo crescer!
Vam bora, vam bora Olha a hora Vam bora, vam bora Vam bora, vam bora Olha a hora Vam bora, vam bora Vam bora!
Vam bora, vam bora Olha a hora Vam bora, vam bora Vam bora, vam bora Olha a hora Vam bora, vam bora Vam bora!
Sinfonia Paulistana
Fazendo som com as estrelas, ligado no sideral Por Maria, fez poemas, nas praias do litoral As ondas contaram ao mar, por isso é que os oceanos No mundo inteiro cantados, cantarão mais cem mil anos E o homem entre mar e céu, tem canções por todo lado Louvado seja Anchieta, pra sempre seja louvado Navegante tem cantiga, que aprendeu no mar um dia Qualquer rota que ele siga, se não canta, ele assobia Cabelos cor da noite, pele de alvorada Cacique entregou ao branco, a filha amada Raízes de Brasil, chegaram até aqui Abençoado o colo dessa mãe antiga Por 400 anos feitos de cantiga, naquele doce embalo Da canção Tupi Na tez de uma paulista em cheiro de floresta A cor de jambo é a índia, que ninguém contesta De uma altivez que o Império nunca vira É a tradição, é a raça, é a nossa origem As coisas da história de São Paulo exigem A honra que se faça ao nome de Bartira, Bartira Era tudo, era o nada rio acima Que o paulista no peito ia vencer Pra fazer mais Brasil do que existia Já um tempo era pouco pra perder Reunindo oração e despedida na partida da horda triunfal Caçador da esmeralda perseguida Foi fazendo a unidade nacional Bandeiras, monções Já se dava por glória ao que se ia Porque mal se sabia se voltava E a benção levada já servia De unção para quem por lá ficava Nas monções quem seguia, na verdade Já partia cheirando à santidade Quem não via esmeralda ou não morria Povoava cidade mais cidade Bandeiras, monções, São Paulo Que amanheceu trabalhando São Paulo, que não sabe adormecer Porque durante a noite, paulista vai pensando Nas coisas que de dia vai fazer São Paulo, todo frio quando amanhece Correndo no seu tanto o que fazer Na reza do paulista, trabalho é Padre-Nosso É a prece de quem luta e quer vencer Bastante italiano, sírio e japonês Além do africano, índio e português Tudo isso ao alho e óleo, temperando a raça Na capital do tempo, tempo é ouro e hora Quem vive de espera, é juros de mora Não tem mais-mais nem menos, ou é sim ou não No máximo se espera pela condução Nas retas da Rio-São Paulo, chegando, chegando eu vim Paulista é quem vem e fica plantando, família e chão Fazendo a terra mais rica, dinheiro e calo na mão Dinheiro, mola do mundo, que põe a gente na tona Leva a gente ao fundo Sim, senhor, sim, senhor, sim, senhor Faz a paz e a guerra, traz a Lua pra Terra No mais aumenta a barriga do comendador Dinheiro, juras e juros, erguendo todos os muros Pra ele próprio depois, derrubar, derrubar É a voz que fala mais forte, razão de vida e de morte Também só compra o que pode comprar São Paulo, que amanhece trabalhando Casais entram no elevador O fino pra curtir um som: ran ran, ren ren, ron ron A noite é sempre uma criança, é só não deixar crescer Assim existe esperança, no amanhecer São coisas da noite, anúncios conhecidos Que enfeitam a cidade, em movimentos coloridos Alguém vem do trabalho, do baralho ou do que for Do La Licorne ao Ceasa, de alguma coisa do amor Tem sempre mais um, que vem pela calçada Na bruma que esconde quem sobrou na madrugada Dei tempo ao tempo, o tempo é que não dá Tenho que estar pelas sete, no Viaduto do Chá Olha o Sol, olha o Sol, cadê o Sol? Onde o Sol? Sumiu, sumiu, sumiu Quando amanhece, o Sol comparece por obrigação Nublado, cansado, um Sol de rotina Se bem ilumina, nem dão atenção É que o bandeirante não perde o seu tempo Olhando pro alto, o Sol verdadeiro está no asfalto Na terra, no homem e na produção A cor diferente do céu de São Paulo não é da garoa É véu de fumaça, que passa, que voa Na guerra paulista das mil chaminés São Paulo, que amanhece trabalhando Começou um novo dia, já volta Quem ia, o tempo é de chegar Do metrô chego primeiro, se tempo é dinheiro Melhor, vou faturar Sempre ligeiro na rua, como quem sabe o que quer Vai o paulista na sua, para o que der e vier A cidade não desperta, apenas acerta a sua posição Porque tudo se repete, são sete E às sete explode em multidão: Portas de aço levantam, todos parecem correr Não correm de, correm para Para São Paulo crescer Vão bora, vão bora, olha a hora Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora Que o tempo não espera, a vida é derradeira Quem é vai ser, já era de qualquer maneira O mundo é do “eu quero” Quem me der é triste, tristeza basta a guerra E o adeus no amor Você onde é que estava quando o tempo andou? Na terra que não pára, só você parou Vão bora, vão bora, olha a hora Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora O que vale é a versão, pouco interessa o fato Porque a sensação maior é a do boato Em coisa de um segundo, noite é madrugada Notícia ganha o mundo, e a gente não é nada Você onde é que estava quando o tempo andou? São Paulo nunca pára, mas você, parou Vão bora, vão bora, olha a hora Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora São Paulo que amanhece trabalhando Na Praça do Patriarca, rua Direita, São Bento Na Líbero Badaró, no Viaduto do Chá Lá está aquele moço, que não dá ponto sem nó Na conversa bem jogada, vai vendendo geladeira Pra esquimó curtir verão Papo firme é isso aí, desse dono da calçada Rei da comunicação Olhe aqui, dona Teresa, o produto de beleza Que chegou da Argentina, examina, examina De brinde pra seu marido Nova pomada pra calo que resolve a dor de ouvido Tem Parker 73, compre uma e ganhe três Nem paga o justo valor, mais outra ali pro doutor Leve a lei do inquilinato, mesmo não sendo inquilino Morar na lei é um barato, e ele prova à sua maneira Que um ataque de besteira, faz de um doutor um otário Cursando numa avenida o vestibular da vida Para ser bom empresário Ser do São Paulo, do Corinthians e Palmeiras É ter o fino em futebol durante o ano Em tênis, remo, natação, nas domingueiras Bom é Pinheiros, Tietê ou Paulistano Com Ademir, com Rivelino no gramado Com rei Pelé e suas jogadas de veludo Não pe de graça que São Paulo é chamado Melhor da América Latina em quase tudo Pró-esporte, pró-esporte é a solução Pró-esporte, pró-esporte contra a poluição Lá por setembro o estudante nos ensina Aquele esporte pelo esporte que não cede E o meu Mackenzie, dá um show com a medicina Na grande guerra que se chama MacMed No corre-corre mundial estamos nessa Os Fittipaldi estão aí para dizer Só em São Paulo que é a terra do depressa A São Silvestre poderia acontecer Pró-esporte, pró-esporte é a solução Pró-esporte, pró-esporte contra a poluição São Paulo jovem, dos que promovem velocidade Nos seus cavalos, de roda e ferro, na sua forma de liberdade O peito agarra, a costa de aço Que deu garupa na Yamaha, no upa-upa Feito de abraço e muito amor São Paulo jovem, na mesma cela Vão ele e ela, por onde seja Deus os proteja, pelos caminhos da vida em flor Tem coisas da Ipiranga, da Itapetininga, até da São João Às vezes também dá Puxar o show, o chope, o uísque, boa pinga E o molho das mulheres que transam por lá Tem loja, tem butique, tem pizzaria Boate, restaurante, até casa lotérica É rua que de nada mais precisaria Com todo aquele charme do Jardim América América, rua augusta E agora, já é hora E ninguém vai embora, embora de lá Rua augusta, e agora, já é hora E ninguém vai embora, embora de lá Bartira e João Ramalho nunca imaginaram Que a tanga e a miçanga vinham outra vez Agora nos diriam vendo que acertaram: Valeu o nosso amor, pelo amor de vocês E a moça vai passando, e ninguém vê mais nada Quando ela vai na dela, é pra machucar É a paulistana boa, despreocupada De short ou minissaia, pondo pra quebrar, pra quebrar Rua augusta, e agora, já é hora E ninguém vai embora, embora de lá Na sinfonia, que é de todos os barulhos De Santo Amaro, ao Brás, ao Centro, ao ABC Por Santo André, Vila Maria até Guarulhos Grande São Paulo, como eu gosto de você São Paulo, que amanhece trabalhando São Paulo que não pode amanhecer Porque durante a noite, paulista vai pensando Nas coisas que de dia vai fazer.