
Brasília – O presidente interino Michel Temer durante cerimônia de posse aos ministros de seu governo, no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasill)
Por Gilberto da Silva
Se tivéssemos um sistema partidário mais institucionalizado, com mais representação popular, portadora de uma ampla legitimidade democrática, que fosse transparente, sem clientelismo, sem patronagem, sem coronelismo; que fosse portadores de políticos que primassem pela horizontalidade; se tivéssemos mecanismos institucionais que assegurassem a responsabilidade pública e política; se tivéssemos um sistema que ouvisse mais o povo, ampliasse a participação popular, não teríamos que ter passado por Sarney, Itamar e Temer: esses nunca teriam chegado à Presidência da República. Esses políticos são outsiders, são parasitas que ficam dentro do sistema esperando uma hora para soltar os ovos da procriação. Tudo raízes fracas, cultivadas com agrotóxicos e lambuzados; são vinhotos que precisam ser reciclados. Mas ainda vivemos no reino da idiossincrasia, das nossas particularidades malandras, dos nossos personalismos, dos nossos heróis messiânicos, mitológicos….
Não importa o lado que você está, mas a maioria escolhe um lado baseada na busca de seus desejos imediatos. Escolhido o lado, não quer reflexionar, não se sujeita a exercer o raciocínio e prefere a satisfação imediata de seus objetivos doa a quem doer. Este cidadão que ser representado nas instituições políticas está sempre buscando o seu jeitinho de se dar bem, de estar bem. O problema é que a referência é sempre firmada no Eu e não no Outro. Então, focado no self esse “cidadão” só vê seu umbigo, quando vê…