Hoje, 16 de maio, seria o aniversário de nascimento de João Cruz Filho. Minhas lembranças para uma pessoa muito especial que conheci em vida.
Numa sociedade marcada por escândalos, corrupção, falsidades e maldades é bom registrar um exemplo raro de dignidade, trabalho, retidão, honestidade. Sua passagem no reino dos homens deixou saudades. Boas saudades!
João Cruz, baiano de Crisópolis (local que nasceu em 16 de maio de 1932) estava estabelecido no balneário do Guarujá há cinquenta anos, onde, bom de prosa e de trabalho construiu casas, amigos, clientes. Sempre uma mão estendida para auxiliar centenas de pessoas e entidades beneficentes na cidade. Para ele não havia diferença de classe ou raça, tratava todos com a mesma dignidade. Era não apenas um construtor, mas sim um edificador de amizades.
Depois de uma curta passagem por São Paulo, aportou, na década de 1950, no Guarujá, uma cidade que soube reconhecer seu trabalho. Ele foi sempre grato ao acolhimento fraterno que recebeu. Recebeu o Título de Cidadão de Guarujá, em 1977: uma justa e bela homenagem prestada pelo vereador José Bonfim de Carvalho e pelo presidente da Câmara, Roberto Nascimento. Recebeu também a medalha do “Mérito do Trabalho”, indicação do vereador Laurenil Silveira. Foi intitulado, pelo então prefeito Jaime Daige, “Grande Embaixador da Bahia em Guarujá” em reconhecimento pela sua ajuda social e profissional na construção da cidade.
Sempre envolvido na prática de ajudar o outro, participou de inúmeras obras sociais na área da saúde, educação, moradias, transportes e lazer. Ajudou nas obras da Igreja Matriz do Guarujá, do Hospital Santo Amaro, do Ninho Maternal, Casa do Menor, Lar dos Velhinhos, Salão Dom Bosco, Creche Estela Maris, Biblioteca Municipal, da Ilha Encantada do Dr. Fernando Lee, do Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral de Guarujá, do Fundo Social de Solidariedade do município, da Promoção Social da prefeitura, do Lions e muitas outras escolas e sociedades esportivas. No Vila Souza Atlético Clube foi sócio há mais de 40 anos, conselheiro há 15 anos e presidente da diretoria durante dois anos.
Com muito carinho e sacrifício, João criou sua família, sempre apoiado pela dedicada esposa, Maria Eunice, também já falecida, com quem foi casado por quase 50 anos e teve 6 filhos e mais de uma dezena de netos.
Não temos mais aquele papo gostoso e sincero, aquelas histórias de humildade e simplicidade.