No dia 22 de novembro, acontece a última palestra do tema “#OMundo+Bonito”, do “Natura Diálogos”.A edição será no Teatro Cásper Líbero, em São Paulo, e vai trazer o fundador da The School of Life, Alain de Botton, para debater formas de melhorar o mundo por meio do amor.A #OMundo+Bonito é uma série de palestras em universidades, que a Natura promove com o intuito de falar sobre como a empatia, sustentabilidade, diversidade e amor podem transformar o mundo.Alain é fundador e CEO da The School of Life, instituição que se dedica a desenvolver inteligência emocional e explorar as questões fundamentais da vida em torno de temas como trabalho, família, cultura e autoconhecimento. O suíço também escreve sobre amor, viagens, arquitetura e literatura. Alguns de seus livros, como “O Curso do Amor”, são best-sellers em 30 países. As inscrições para o evento são gratuitas e feitas pelo link https://www.sympla.com.br/natura-dialogos-apresenta-alain-de-botton-em-mundobonito-com-amor__400847.
Crédito: Vitor Zocarato
ServiçoNatura Diálogos – O mundo mais bonito com amorLocal: Teatro Cásper Líbero – Av. Paulista, 900Data: 22 de novembro de 2018Horário: 9h30 às 12hValor: Gratuito
A Editora Positivo acaba de lançar um livro inédito do poeta e artista plástico Carlos Dala Stella: “A arte muda da fuga”. Os 108 poemas reunidos na obra foram manuscritos nos cadernos de ateliê de Dala Stella. Uma seleção criteriosa foi feita por Marta Morais da Costa, doutora em literatura pela USP, a partir de um conjunto com aproximadamente duas mil páginas de textos, desenhos, recortes e colagens. As imagens do livro são pistas sobre o processo criativo do autor, que escreve e desenha cotidianamente em seus cadernos ilustrados há 39 anos.
No posfácio da obra, Marta explica que a maior dificuldade foi conter a riqueza da obra do poeta em apenas um livro. “Como selecionar, entre a riqueza de obras artísticas do Louvre, apenas uma? Como selecionar, entre as aves do Pantanal, apenas uma? Como, diante do Universo, afirmar a existência de apenas um planeta habitado? A tarefa de fazer nascer ‘A arte muda da fuga’ pertencia a difíceis – e impossíveis – seleções”, descreve a organizadora.
A saída, segundo ela, foi solicitar ao poeta a escolha da produção recente que, segundo ele, representasse melhor sua poesia do presente. “Eram dezenas e dezenas de textos, com temas, motivos e extensão variados, a pedir tinta, impressão, luz do dia. Em sua autonomia e feliz liberdade, proclamavam, no entanto, elementos comuns, parentescos, liames e conjuntos”, conta Marta. “Em busca dos fios a se entrelaçar, a se combinar e enovelar, fui pouco a pouco descobrindo meadas comuns, matizes de cores predominantes, possíveis agrupamentos. Nasceram assim as categorias de amarração dos poemas pré-selecionados pelo autor e novamente selecionados por mim. O volume ganhou sua primeira forma, que a editora aperfeiçoou e enriqueceu, imprimindo-lhe ritmo e visualidade”, afirma.
De acordo com a editora de literatura da Positivo, Cristiane Mateus, responsável pela edição do livro, a obra é publicada com uma tiragem inicial de três mil exemplares e outra, ainda sem quantidade definida, já está prevista para 2019. “A edição do livro durou pouco mais de um ano e começou com uma visita ao ateliê do autor. A ideia agora é fazer circular de verdade a escrita desse artista singular e de múltiplas habilidades, já que seus dois primeiros livros de poemas tiveram uma tiragem bastante restrita – o que é muito comum quando falamos em livros de poemas no Brasil”, afirma.
As imagens
Nos vazados e nas aberturas das imagens, o artista revela uma multiplicação de planos: camadas sucessivas em que continente e conteúdo se alternam e se contrapõem. “É uma poesia em que a imagem, aparentemente plana, aos poucos se abre em recortes e vazados por onde o leitor (também um espectador) é atraído para camadas profundas das palavras, dos ritmos e da poderosa visualidade que sedimenta sua obra”, revela a organizadora. Os desenhos a nanquim do ateliê, que aparecem na abertura e no encerramento, também são de autoria de Dala Stella e foram feitos especialmente para este livro.
A natureza
A presença da natureza, representada na obra por uma pluralidade de elementos simples – aves, árvores, chuva, sol, estrelas, grão de areia –, poderia beirar o bucólico, caso não fosse ampliada em dimensões cósmicas ou em estados de alma. O poeta constata com espanto as manifestações da natureza: voejam pararus, urubus, sabiás, pintassilgos; a lesma se arrasta sobre o mármore, a libélula esplende em vitral e a aranha tece, como o tempo. “São pequenos animais a significar enigmas da vida e da arte”, define Marta.
A subjetividade e o silêncio
A poesia de Dala Stella produzida neste estágio de sua obra artística incorpora uma visão madura aos questionamentos sobre a subjetividade, uma das linhas mestras temáticas de sua escrita. Há uma aceitação tranquila da singularidade entre os mortais e uma inquirição constante da individualidade em face do universo.
Segundo Marta, essa busca dos sentidos do mundo e do tempo, esse indagar os vazios e os silêncios como repositórios de respostas e de beleza acabam por conferir à poesia de Carlos Dala Stella a marca indelével de uma poética de inquirição, de comunhão estelar, de denúncia dos desacertos do homem em sociedade, de incompletudes pessoais e sociais. “Constrói, à semelhança de Bach, uma arte como fuga, isto é, uma composição polifônica no contraponto de conjuntos temáticos”, define a organizadora.
O silêncio, presente em diversos versos do poeta, é também o título da poesia que encerra a obra. Para Dala Stella, “A arte muda da fuga” chama a atenção pela polifonia de percepções e materialidades verbais de que é feito cada poema. “Um poema não é uma linha reta entre o que o poeta sente, ou pensa, e a expressão desse sentimento ou dessa ideia. É no percurso da escrita que o sentimento de mundo se dá, num espelhamento interno e externo sem o qual a vida resultaria num simples artefato de palavra, desprovido da animação que lhe é tão cara. Um poema é um pequeno percurso de linguagem onde a vida, misteriosa e engenhosamente, se dá. A linha reta, em poesia, é sempre curva”, diz o poeta.
a arte muda da fuga
o silêncio sempre foi
meu maior interlocutor
qualquer coisa que eu diga
um monossílabo que engula
ele ouve e sopesa
por mais que eu grite
para dentro e sufoque
um substantivo, ele me acolhe côncavo e atento
mesmo que eu sopre pérolas inaudíveis, ele recupera a concha nunca o silêncio me foi indiferente, cada vez mais interfiro na trama
de seus fios transparentes
quem sabe dessa parceria
um dia não surja
a arte muda da fuga
silêncio
o bom de pensar é que depois vem o silêncio
não o silêncio absoluto da morte
mas esse silêncio – relativo –
cheio de vida
que de repente faz todo sentido
Sobre Carlos Dala Stella
Carlos Dala Stella nasceu em 1961, no bairro de Santa Felicidade, em Curitiba. É poeta, artista plástico e também contista. Formado em Letras pela Universidade Federal do Paraná, dedica-se ao desenho desde a década de 80, quando expôs na Itália. Publicou os livros “O caçador de vaga-lumes” (poemas, 1998), “Riachuelo, 266” (contos e crônicas, 2000), “Bicicletas de Montreal” (fotografia e outras artesvisuais,2002) e “Ogatosemnome” (poemas, 2007). Foi finalista do Prêmio Jabuti em 2012 na categoria Ilustração com o livro “Quer Jogar?” (livro ilustrado, 2011). Nas artes, o autor transita por murais de cimento e vidro, telas, retratos a lápis, nanquim e esculturas em papel, mas é nos cadernos de ateliê que cotidianamente escreve e desenha.
Sobre Marta Morais da Costa
Marta Morais da Costa é crítica literária, escritora e professora. É doutora em literatura pela USP. Nasceu em Ouro – Santa Catarina, em 1945. É graduada em Letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e tem Mestrado e Doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo. Professora desde 1965, lecionou no Colégio Estadual do Paraná, entre outras escolas. É professora da UFPR e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Sempre considerou o estudo uma forma prazerosa de viver, o que veio a se estender ao ensino, em sua atividade no magistério. O interesse pelo teatro e pela literatura, principalmente vistos pelo olhar crítico, a fez produzir textos por encomenda ou por interesse pessoal.
Sobre a Obra
A arte muda da fuga é uma seleção criteriosa de 108 poemas de Carlos Dala Stella, feita por Marta Morais da Costa, doutora em literatura, a partir de um conjunto com aproximadamente duas mil páginas de textos, desenhos, recortes e colagens do ateliê do poeta e artista plástico. As imagens do livro são pistas sobre o processo criativo do autor, que escreve e desenha cotidianamente em seus cadernos ilustrados há 39 anos. 160 páginas. Preço sugerido: R$ 43,90.
‘Testemunha ocular da História’, ‘Repórter Esso’ fez sucesso no rádio e na TV
Surge em 1941, um novo programa de rádio diferente de tudo que existia. O repórter Esso foi o primeiro produto radiofônico brasileiro, com características jornalísticas. Com início da segunda guerra mundial, o país passava por um momento de tensão.Getúlio Vargas num primeiro momento apresentou simpatia pelo nazismo, entretanto acabou aliando-se contra o horror pregado pela raça ariana. Seguindo a ideologia do Repórter Esso. Junto com essa ideologia o Brasil importou o formato e o padrão do “Repórter Esso” que já fazia força em vários países.
O rádio encontrava-se num momento de auge no qual os programas de auditórios e rádio novelas faziam com que milhares de pessoas parassem por alguns momentos em frente ao rádio, ou melhor, a caixa mágica que fazia com que a notícia entrasse de forma direta nos lares. Nesse contexto o Repórter Esso, foi considerado um noticiário bem feito que transmitia a notícia de forma vibrante e com um sensacionalismo subliminar que fazia com que os ouvintes ficassem temporariamente em estado de alerta. Podendo sentir um pouco de alívio no fim de cada programa. Foi o marco zero do rádio jornalismo brasileiro, implantando o “lead”, a objetividade, a exatidão, o texto sucinto, direto e vibrante. As notícias eram cronometradas apontando imparcialidade. Porém, essa suposta neutralidade era totalmente maquiada, por que o Repórter Esso era um canal de comunicação usado para passar a imagem de política ideológica. Sendo assim a população era manipulada com as informações carregadas de interesses governamentais. O primeiro radialista foi Heron Domingues, tido até hoje como um dos melhores locutores da história. Para isso ele passou por um treinamento especial pela United Press International (UPI).
Seu slogan é conhecido e lembrado por todos que vivenciaram os anos dourados do rádio, sendo “o primeiro a dar as notícias” e o mais marcante “testemunha ocular da história”, assim o Repórter Esso ficou nas lembranças e almas das pessoas.
Permaneceu no ar por 27 anos tendo sua última apresentação em 31 de dezembro de 1968. Nesse período, Heron Domingues esteve no comando por 18 anos, sendo os outros nove anos divididos entre nomes como Dalmácio Jordão que fazia um programa clandestino seguindo a linha do repórter Esso, portanto, quando surgiu um concurso para locutor do programa ele foi convidado a participar, ganhando o concurso.
Este programa radiofônico tinha o peso de trazer para as pessoas informações que eram tidas como verdades absolutas, sendo assim, o que era divulgado no “Repórter Esso era considerado verdade” e automaticamente seria o assunto do momento. Podendo ser comparado atualmente com o “Jornal Nacional”, tendo o mesmo poder de persuasão sobre a população e manipulação da grande massa.