
Paulinho da Viola, um dos maiores nomes da música brasileira, completa 80 anos neste dia 12 de novembro.
Violonista, cantor e compositor, o carioca Paulinho da Viola marcou o samba brasileiro durante a década de 1970 com grandes sucessos como “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, “Coração Leviano” e “Timoneiro”. Além da forte presença e conexão com a Portela, seu trabalho e sua rica discografia são considerados elos entre o samba, o carnaval e o choro.
Paulo César Baptista de Faria viveu a infância e a juventude apreciando apresentações de músicos de choro e seresteiros em encontros musicais promovidos ora em sua própria casa, ora na casa do virtuoso Jacob do Bandolim, a quem seu pai, o grande violonista César Faria, acompanhava sistematicamente ao violão.
Passou a estar próximo não só de Jacob, mas de uma infinidade de outros grandes instrumentistas e compositores, como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Altamiro Carrilho, Dino Sete Cordas e Canhoto da Paraíba.
Também participava, desde cedo, de blocos e agremiações carnavalescas. A partir de meados dos anos 1960, passou a atuar como violonista no Zicartola, famoso ponto de encontro de artistas e intelectuais, e a frequentar a quadra da Portela.
Recebeu o nome artístico de Paulinho da Viola e tornou-se amigo de Hermínio Bello de Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kétti, Clementina de Jesus e, posteriormente, integrante da ilustre ala dos compositores portelenses, chegando a vencer o Carnaval de 1967 com seu samba-enredo “Memórias de um sargento de milícias”.
Na mesma época, frequentou o Teatro Jovem e morou na pensão Santa Teresinha (conhecida como Solar da Fossa), convivendo com diferentes profissionais da área cultural, entre músicos, atores, diretores de teatro e TV, escritores e poetas. Após atuar no espetáculo “Rosa de ouro”, participou dos festivais de música televisivos com obras que se tornaram grandes sucessos, como “Sinal Fechado” e “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”. Batizou e uniu para a gravação de um disco o lendário grupo Velha Guarda da Portela, que passou a participar de seus shows e registros fonográficos.
Com seu cavaquinho, seu violão e sua aveludada voz, Paulinho construiu uma das discografias mais íntegras no cenário da música brasileira, mesclando novas e antigas ideias, em obras suas e de outros compositores, a partir dos universos aos quais foi sempre relacionado, o samba e o choro. Após ter gravado as instrumentais “Abraçando Chico Soares” e “Choro Negro” em seus primeiros álbuns de carreira, ter dirigido, com o jornalista Sérgio Cabral, o espetáculo Sarau, de seu grupo com o Época de Ouro, e participado do movimento de criação dos chamados clubes de choro, Paulinho virou um dos pivôs na revitalização do gênero por uma nova geração hoje atuante.