Pai Gyldomar vive no País das Maravilhas — ou melhor, num lugar que se parece com “Um Asilo Muito Louco”. Logo pela manhã, cruza com Dona Nêga Maravilha, ex-dançarina de rádio que ainda arrisca uns passos de samba pelos corredores. Toda sexta à noite, ela organiza bailes clandestinos para tormento dos funcionários que precisam dormir em paz.

Difícil mesmo, pro espiritualizado Pai Gyldomar, é conviver com o Sr. Adolfo Hackerman: aposentado da engenharia que vive invadindo o Wi-Fi dos vizinhos e modificando os elevadores para dar voltas radicais. Se diz “cidadão do bem”, critica corruptos da esquerda e não perdoa o Xerifão de Brasília — tudo isso enquanto espalha sua própria revolução digital pelo asilo.

A confusão aumenta com Irmã Berenice, uma ex-freira rebelde que largou o convento e agora lidera um grupo secreto de meditação com cristais, rock psicodélico e viagens a montanhas com direito a pernoite em cidades esotéricas. Pai Gyldomar, em seus silêncios contemplativos, tenta entender — e falha gloriosamente.

Pelas ruas do asilo, ele também cruza com o General Hipnose, um comandante auto proclamado das tropas que invadiram a Praça Central (embora ninguém confirme tal batalha). Um doido entre tantos numa terra de doidos!

E como se tudo isso não bastasse, os atraentes moradores do Asilo Muito Louco decidiram montar uma banda de rock chamada “Os Geriátricos Selvagens”. Sem saber, viralizaram na internet e agora são ícones da rebeldia geriátrica. Entre solos de guitarra e passos de samba, Gyldomar se pergunta: será que despertar espiritual também acontece com palhetada e wi-fi pirateado?



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Gilberto da Silva

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