O Louco do Tarot e o tempo cíclico
Gilberto da Silva
Se o homem persistisse em sua loucura, tornar-se- ia sábio.
William Blake
O Louco do Tarot é a última carta dos Arcanos Maiores. É, simultaneamente, a carta número 22 e a 0. É como um eterno retorno, o ir e o vir. Um ciclo, um terminar e um recomeçar. Um novo caminho. Uma nova mudança que vai acontecer. O tempo do eterno retorno. O tempo cíclico sem a falsidade do tempo real.
O 22 é o Fim: a conquista do Mundo. O 0 é o “nada”. O Zero ou o NADA é uma criação do homem do século XII.
Na condição de LOUCO, tudo vai depender da evolução espiritual e humana do sujeito. Aqui está inserida as possibilidades: as inconstâncias da vida, a descoberta do novo, a incertezas sobre o que pode ou não pode acontecer em nossas vidas. O EU interior está em ebulição.
Estar em Louco é estar na propensão para uma aventura, para sonhos não realizados, preparados com a mala e mochila para novas viagens. Louco para a liberdade, para descobrimento ou desabrochar de sentimentos.
Estar no módulo Louco é estar preparado para problemas e estar atentos à negligência. Tudo porque o Louco está pronto para novas experiências sem olhar para suas consequências. A irresponsabilidade pode estar ali: pronta para prosperar.
O Louco pode ser o idiota, o rebelde, o insensato, o revolucionário ou alienado. Ou simplesmente um sábio…
Balada do Louco
Arnaldo Baptista e Rita Lee
Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu (no ar)
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Sim, sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz. Eu sou feliz.
LOUCO
Composição: Wilson Batista e Henrique de Almeida
Louco, pelas ruas ele andava
O coitado chorava
Transformou-se até num vagabundo
Louco, para ele a vida não valia nada
Para ele a mulher amada
Era seu mundo
Louco, pelas ruas ele andava
O coitado chorava
Transformou-se até num vagabundo
Louco, para ele a vida não valia nada
Para ele a mulher amada
Era seu mundo
Conselhos eu lhe dei
Para ele se esquecer
Aquele falso amor
Ele se convenceu
Que ela nunca mereceu
Nem reparou
Sua grande dor
Que louco! Louco, pelas ruas ele andava
O coitado chorava
Transformou-se até num vagabundo
Louco, para ele a vida não valia nada
Para ele a mulher amada
Era seu mundo
Conselhos eu lhe dei
Para ele se esquecer
Aquele falso amor
Ele se convenceu
Que ela nunca mereceu
Nem reparou
Sua grande dor
Que louco!