
Um livro é uma arma carregada na casa vizinha”, explica o bombeiro capitão Beatty, ao justificar o novo papel destinado aos bombeiros em uma sociedade sem livros: “Queime-o. Descarregue a arma. Façamos uma brecha no espírito do homem. Quem sabe quem poderia ser alvo do homem lido? Eu? Eu não tenho estômago para eles, nem por um minuto. E, assim, quando as casas finalmente se tornaram à prova de fogo, no mundo inteiro – você estava certo em sua suposição na noite passada –, já não havia mais necessidade de bombeiros para os velhos fins. Eles receberam uma nova missão, a guarda da paz de espírito, a eliminação do nosso compreensível e legítimo sentimento de inferioridade: censores, juízes e carrascos oficiais. Eis o nosso papel, Montag, o seu e o meu”.
O mundo atual e sobretudo o Brasil está lotado de bombeiros como o capitão Beatty a justificar suas posições na sociedade aceitando as ordens de governantes totalitários.
Sempre um Beatty a dirigir seu conhecimento para a perseguição, a troco de uma ideologia que finge acreditar que é a verdadeira e a una.