O padre José Maurício Nunes Garcia nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de setembro de 1767. Filho de mestiços, Apolinário Nunes Garcia, um alfaiate, e Victória Maria da Cruz, uma filha de escravos.

O padre foi um dos maiores compositores das Américas, de seu tempo.
De origem humilde, aos seis anos ele perde o pai e passa a ser criado pela mãe com o auxílio da tia. Estudou teoria musical com o maestro Salvador José e, durante dois anos, foi aluno do poeta Silva Alvarenga.
Aos 16 anos, compõe sua primeira obra, uma antífona para a Catedral e Sé do Rio de Janeiro: Tota pulcra es Maria (1783).
Aos 17 anos, assina a ata de fundação da Irmandade de Santa Cecília, como professor de música.
Em 1790, obteve notoriedade no Rio de Janeiro com uma obra instrumental: Sinfonia Fúnebre.
Em 1791, solicita ordenação ao sacerdócio. Em 1792, o músico negro é ordenado padre, e em 1798 torna-se mestre de capela da Sé. O posto de mestre era o mais importante para um músico no Brasil Colônia. O período entre 1808 e 1811 foi o mais produtivo de Nunes, ele compôs cerca de setenta obras.
No ano de 1826, no ápice da sua criação, realizou sua última composição, a Missa de Santa Cecília, encomendada pela Irmandade de Santa Cecília.
O padre José Maurício faleceu em 18 de abril de 1830. Vítima de seu tempo, da sua origem, da sua cor.