Hoje é o Puta day: Dia internacional da prostituta

Dia Internacional da Prostituta é comemorado para marcar a data de 2 de junho de 1975, quando cerca de 150 trabalhadoras sexuais entraram para a história ao ocuparem a Igreja Saint-Nizier na cidade francesa de Lyon, exigindo que o trabalho prestado por elas fosse considerado tão útil à França como outro ofício qualquer.  Em reconhecimento de sua luta e coragem, esse dia foi declarado o Dia Internacional da Prostituta pelo movimento organizado de trabalhadorxs sexuais e vem sendo celebrado anualmente desde 1976.

Como disse o jornal Le Progres:

C’était il y a quarante ans. Le 2 juin 1975, des prostituées lyonnaises envahissent l’église Saint-Nizier, située au cœur de la Presqu’île, entre la place des Terreaux et celle des Jacobins pour protester contre les arrestations dont elles sont victimes. Elles l’occuperont pendant une dizaine de jours et seront une centaine.

Pour célébrer le quarantième anniversaire de ce mouvement devenu historique, leur syndicat, le Strass, organise des rencontres internationales des travailleuses du sexe. Un rendez-vous qui se tient à Lyon du dimanche 31 mai au mardi 2 juin. Au programme, des ateliers de réflexion sur différents thèmes (situation à l’étranger, abolition et pénalisation des clients, etc.) réservés aux prostitués au centre Aris (Lyon 1er ) et une manifestation mardi à 14 heures au départ de la place de Saint-Nizier, pour protester contre la répression toujours présente.

À noter également, une exposition organisée par l’association Cabiria sur l’occupation de l’église de Saint-Nizier. À découvrir dès mardi à 19 heures à La Fourmilière, 15 rue Salomon-Reinach (Lyon 7e ).

“Passaram-se 40 anos. Em 2 de junho de 1975, as prostitutas lionesas invadiram a igreja de St. Nizier, situada no coração da Presqu’île, entre a praça dos Terreaux e a dos Jacobinos, para protestar contra as prisões de que eram vítimas. Elas eram cerca de cem, e ocuparam a igreja por dez dias.”

Conta-nos  Maggie McNeill, no blog The Honest Courtesan:

By 1974, the embattled French hookers had enough; the police had (as usual) done nothing about two mutilation murders of prostitutes in Lyon, so a group of whores and supporters (including lawyers and journalists) called a protest meeting to demand an end to the various anti-prostitute laws and police repression which was endangering their lives by forcing them to work in dark, sparsely-trafficked areas.  The police responded by harassing the protesters with three or four fines per day each, and the French tax authorities made ridiculous estimates of the number of clients each protesting worker saw, then presented them with tax bills exceeding their entire incomes.  When they appeared on television to tell the public what was happening, they were sentenced to prison in absentia for the unpaid fines and taxes.  Recognizing that dramatic action was called for, on Monday, June 2nd, 1975 a group of over 100 prostitutes occupied the Church of St. Nizier in Lyon with the cooperation of the priest; they hung a banner across the front of the building stating in French, “OUR CHILDREN DON’T WANT THEIR MOTHERS IN PRISON.”

“Em 1974, as putas francesas estavam fartas; a polícia, como sempre, não havia feito nada sobre o assassinato e a mutilação de duas prostitutas em Lyon, de modo que um grupo de putas e apoiadores (que incluíam advogados e jornalistas) convocaram uma reunião de protesto para exigir o fim das várias leis anti prostituição e da repressão policial que colocava suas vidas em perigo por obrigá-las a trabalhar em áreas escuras e de pouco tráfego. A polícia reagiu assediando os manifestantes com três ou quatro multas por dia, e as autoridades do fisco francês fizeram estimativas ridículas do número de clientes que cada trabalhadora manifestante atendia, e lhes apresentou contas de impostos que excediam toda a renda delas. Quando elas apareceram na TV para dizer ao público o que estava acontecendo, foram condenadas à prisão à revelia, por causa das multas e dos impostos não pagos. Reconhecendo que era necessária uma ação dramática, na segunda-feira, 2 de junho de 1975, um grupo de mais de cem prostitutas ocupou a igreja de St. Nizier, em Lyon, com a cooperação do padre. Elas penduraram uma enorme faixa na frente da igreja, declarando “Nossas crianças não querem suas mães na prisão.”

A solidariedade das mulheres de Lyon

“Quando o governo reagiu com a ameaça de tomar suas crianças se elas não fossem embora imediatamente, houve uma indignação pública; muitas mulheres de Lyon juntaram-se a elas, de modo que os policiais não tinham como dizer quais delas eram as prostitutas. Além disso, o ‘submundo’ de Paris enviou uma delegação para ajudá-las, grupos ocuparam igrejas em outras partes da França e uma ‘greve de prostitutas’ foi organizada em várias províncias.”

Hoje o Dia serve para denunciar a discriminação e a exploração das prostitutas a nível mundial, assim como as precárias condições de vida e de trabalho

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.