
50 anos da conquista do tricampeonato mundial de 1970 no México
Nem mesmo dez anos havia eu completado e quase todos os dias de junho, nas horas dos jogos do Brasil, eu caminhava alguns metros para ir até a casa do amigo Fernando para assistir os jogos da seleção canarinha. Não havia aparelho de Tv em casa e lá, na casa do amigo, juntávamos ocasionalmente a família dele: seus pais e sua irmã, mais nosso amigo João e nossa amiga Silvana. Crianças sem TVs, na pequena Cambará, no norte do Paraná. Creio que o único jogo que não assisti na casa do Fernando foi a peleja contra a Inglaterra, na primeira fase, com o um gol solitário do Jairzinho, o furacão da Copa. Era noite, e acompanhei minha manhã na quermesse da Igreja da Vila Rubim. Assisti, portanto, num bar em frente.
O dia 21 de junho de 1970 foi marcante. Pela primeira vez eu via a Seleção Brasileira ser campeã. Amigos, vide minha idade, mal sabia de política e outras maquinações. A Itália era forte, um belo time, uma equipe que queria ser campeã. Jogaram pesado, com garra. Mas nossa equipe era muito boa, cheia de craques camisas dez espalhados pelo campo: Pelé, Tostão, Rivellino (ao rever o jogo hoje sinto que sua chuteira estava descalibrada..), Gerson e Jairzinho (não sei se usava a 10 no Botafogo).
O primeiro tempo foi muito difícil quase tomamos mais gol e graças ao injustiçado goleiro Félix fomos salvos várias vezes. Fim do primeiro tempo: 1 a 1.Ao término, uma goleada, 4 a 1, (com gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e o capitão Carlos Alberto Torres), que faz pensar que foi fácil! Parabéns a todos os que puderam proporcionar este show maravilhoso. Conheci, pela primeira vez, o Futebol Arte!
