Por Gilberto da Silva
Abordar a terceira idade no cinema sem ser chato, piegas ou trágico não é fácil. Realizar um filme com um elenco idoso é ousado… e delicado. E Se Vivêssemos Todos Juntos? de Stéphane Robelin é uma grata surpresa pois caminha pelo leve, suave e com um toque de humor num tema que não é inovador, mas que encontramos um resultado simpático e, em certos casos, emocionantes. Quase um elogio à vida!
Annie (Geraldine Chaplin), Jean (Guy Bedos), Claude (Claude Rich), Albert (Pierre Richard) e Jeanne (Jane Fonda) são melhores amigos há mais de quatro décadas. Uma forte amizade une os cinco personagens.
Annie e Jean (um militante comunista excluído do seu grupo) são casados. Albert (convivendo com a falta de memória) e Jeanne (entrando numa fase terminal de câncer) também são casados.
O fotógrafo Claude é um solteirão convicto, que adora tirar fotos de mulheres. É um sedutor, sempre usando os serviços da prostituição: a cena em que lê Memórias de Minhas Putas Tristes de Gabriel Garcia Marques deixa clara a referência do personagem. Quando a saúde deles começa a piorar e o asilo se apresenta como solução para Claude, surge a ideia de todos morarem juntos. E, assim, num bela causa de união acabam todos na casa de Annie e Jean.
Mas morar junto traz antigas lembranças e assim ficamos sabendo que as duas mulheres já foram amantes de Claude. Imagina como fica a situação quando os maridos descobrem!
As cenas de nudez surgem com naturalidade e beleza. Um jovem se apresenta na trama, Dirk vivido por Daniel Brühl, meio emblemático e cheio de lacunas no personagem. Creio que ficou meio descontextualizado e sua existência na trama perfeitamente descartável.
Embora não seja um filme tecnicamente impecável, sua mensagem e seu lirismo não deve ser ignorado.
Diretor: Stéphane Robelin
Elenco: Guy Bedos, Daniel Brühl, Geraldine Chaplin, Jane Fonda, Claude Rich, Pierre Richard, Bernard Malaka, Camino Texeira, Gwendoline Hamon, Shemss Audat, Gustave de Kervern, Laurent Klug
Produção: Christophe Bruncher, Philippe Gompel, Aurélia Grossmann
Roteiro: Stéphane Robelin
Fotografia: Dominique Colin
Trilha Sonora: Jean-Philippe Verdin
Duração: 96 min.
Ano: 2012
País: França, Alemanha
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Imovision
Estúdio: Studio 37 / Les Films de la Butte / Rommel Film / Manny Films / Home Run Pictures
Classificação: 12 anos